quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

OS TRAFICANTES AFUNDARAM O BARCO E A JUSTIÇA QUASE NAUFRAGA



OS TRAFICANTES AFUNDARAM O BARCO E A JUSTIÇA QUASE NAUFRAGA
No dia 22 de julho de 12 publicávamos com o titulo acima, matéria um tanto indignada com a libertação de dois traficantes italianos que naufragaram na Atalaia em um barco levando quase 310 quilos de cocaína. Saíram risonhos da cadeia. Os procuradores federais Eduardo Pallela e Rômulo Almeida solicitaram a revogação da medida de soltura, mas a Justiça confirmou-a, e o casal do pó viajou para a Italia. Agora , tardiamente sem duvidas, o Tribunal Regional Federal em Recife condenou os dois traficantes a 20 anos de cadeia. A condenação nunca será cumprida, sendo italianos, eles jamais serão extraditados. Resta a dolorosa impressão de que no Brasil, por obra e graça da Justiça frouxa que temos, o crime realmente compensa.
Abaixo, alguns trechos do artigo publicado na época da libertação dos impunes bandidos.
¨Os velejadores, traficantes e certamente mafiosos, Davide Migani e Giorgia Pierguidi saíram do presídio onde estavam desde o final do ano passado. Felizes, lépidos e fagueiros, riam muito, e o riso era zombeteiro , afinal, estavam a comemorar uma liberdade que não conseguiriam em nenhum outro país civilizado do mundo. Felizmente para os italianos a prisão aconteceu no Brasil, numa praia sergipana. Na Indonésia, um brasileiro preso transportando alguns quilinhos de cocaína deverá ser fuzilado nos próximos dias. O casal levava no veleiro uma volumosa carga de 310 quilos de cocaína.
O depoimento dos dois é uma sucessão de contradições e invencionices.
Nenhum skipper ( comandante ) tendo, como o italiano, a experiência de várias viagens internacionais já realizadas, aceitaria conduzir um barco que levava uma vistosa carga de dezenas de pacotes, sem ter a preocupação ou a curiosidade de saber o que neles estava contido. O comandante é o responsável pela carga e pelas pessoas que transporta. Da carga, tem de exigir que seja declarada , dos passageiros, os indispensáveis documentos. O interior de um veleiro monocasco, como era o caso do que tripulavam, é espaço apertado. Tudo o que está dentro tem que ser firmemente preso, porque o barco navega com grande inclinação lateral, e sacoleja forte sobre as ondas.
O dono do veleiro, era um misterioso personagem que Giorgia , a namorada de Davide , disse em seu depoimento conhecer apenas vagamente, sabendo que ele se chama Enrico. Ao largo de Aracaju, o comandante, segundo Giorgia, descobriu que havia cocaína a bordo, alarmado, tentou afundar o barco, e ela saltou ao mar nadando até a praia em busca de socorro. Quem esteve no local do quase naufrágio , pôde constatar que não houve nada disso. Um erro de navegação ou as correntes fortes do estuário do Sergipe , fizeram o veleiro embicar pelas águas rasas, chegando a encalhar na praia, onde a forte arrebentação impediu os dois tripulantes de se desfazerem da carga.
Quem navega pelo mundo não pode ter a ingenuidade de supor que um desconhecido lhes confiaria um barco com uma volumosa carga, valendo 15 milhões de dólares, para ser transportada de Salvador ao Caribe. ¨

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