COMO SER DE VERDADE O BANCO DOS SERGIPANOS
Com a correta e compreensível
intenção de mostrar que é, de fato¨, o ¨
banco dos sergipanos¨ a direção do BANESE passou a expor argumentos, oportunos,
sem duvidas, todavia que não expressam exatamente o sentido da
sergipanidade que se espera daquele
banco.
Apoiar financeiramente
iniciativas como o Forrocajú, o Precaju, os grandes eventos turísticos de
Sergipe, é bom, é positivo. Mas, para isso, basta que se assine a autorização e
transfira recursos disponíveis. O BANESE está presente em diversas iniciativas
culturais, como o primoroso Museu da Gente Sergipana, comandado com capacidade e inteligência pelo
arquiteto e intelectual Ézio Déda; também o Palácio Museu, exemplarmente dirigido, entre outros,
pela criativa Eliana Borges. Faz mais o BANESE na área cultural, como o mecenato da hoje nacionalmente admirada Orquestra Sinfônica de
Sergipe, que cresceu sob a batuta sensível do maestro Manis, e foi impulsionada
pelo arrojo gerencial de Grampão.
Todavia, todos esses projetos
culturais, foram arquitetados, saíram da cabeça prolífica do governador Marcelo
Déda. Ele os pôs em prática, contando com a dedicação de Oliveira Junior, do
professor Luiz Alberto, da secretária
Eloisa Galdino, ouvindo intelectuais
como o sempre lembrado jornalista Luiz Antônio Barreto, Ibarê Dantas, Jorge Carvalho, entre tantos outros. Ao banco
coube repassar os recursos, exatamente através do Instituto Banese, também
idealizado por Déda.
Então, o que se estaria a exigir do BANESE para demonstrar sua efetiva
sergipanidade?
Apenas algo que se resume a uma
palavra: CRIATIVIDADE.
Para começar, o BANESE teria de ser uma micro imitação, dentro dos limites de Sergipe, do que é e do
que faz o Banco Mundial.
A sergipanidade seria melhor demonstrada se o BANESE criasse,
por exemplo, um Departamento de Projetos Estratégicos, o que exigiria em
primeiro lugar, exatamente a tal criatividade alço como um brainstorm permanente. Quando não se consegue criar, inovar,
copiam-se as boas iniciativas hoje disponíveis a todos que delas quiserem sair à
procura. O BANESE teria de buscar parceiros, descobrir novas linhas de crédito,
juntar-se às ONGs, convocar os empresários sergipanos que andam um tanto ou até
muito ressabiados com o banco e dizer-lhes: Precisamos dos seus depósitos vamos
transformar o BANESE num agente mobilizador de projetos inovadores na área
econômica alinhados, sempre, a objetivos
sociais.
João Alves anda magoado,
ameaçando retirar a conta da Prefeitura ? Então, porque não procurá-lo propondo-se uma
boa parceria, como por exemplo, o
financiamento
de um programa de Hortas Comunitárias Urbanas. A Prefeitura
entraria com o terreno e a assistência
técnica e social. João Alves, goste-se ou não dele como político, é uma
usina de ideias, e iria propor muitas
parcerias ao BANESE.
Por que o BANESE não vai ao semiárido lançar
um programa de incentivo à pecuária leiteira, para a instalação de micro
laticínios , a melhoria genética dos rebanhos.
Por que o BANESE não busca a
Universidade, o SEBRAE e quem mais seja, para juntos articularem um projeto de
aproveitamento dos 5 grandes e até hoje economicamente inúteis estuários sergipanos,
visando a produção em cativeiro de
peixes, de ostras, e o que mais for possível, para funcionar através de
cooperativas ou tocados por pequenos empresários?
Por que o BANESE não desenvolve
um amplo programa de microcrédito, gerando oportunidades para quem quiser
empreender, indo até os aglomerados humanos da periferia e mostrando como se
poderá ter trabalho e renda ?
Por que o BANESE não vai aos
feirantes para lhes levar ideias de modernização e melhoria das suas
atividades, oferecendo-lhes o microcrédito ?
Há dezenas, centenas de novas
ideias que poderão ser postas em prática, bastando, para isso, que se descubra
que é muito mais importante pensar do que
apenas seguir a embolorada
liturgia da rotina burocrática.
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