O PRESENTE QUE RÔMULO RECEBEU
Estava Rômulo Rodrigues,
paradigma de militante purificado pelo idealismo, em tempo de comemorar os seus
70 anos. Hesitou em fazer a festa
reunindo a família e os amigos. Isso porque, um amigo que ele tanto
gostaria que estivesse presente, não poderia comparecer, e a alegria não seria
a mesma com aquela ausência. Mas, pensou: ¨Afinal só se faz 70 anos uma vez, e
em Caicó me ensinaram a fazer das lágrimas um sinal de esperança ¨. Na quarta-feira, dia do jogo Brasil e Uruguay, ele distribuía
os últimos convites e estava com pressa,
queria assistir o jogo. Foi a Atalaia bater à porta da amiga Tanit Bezerra, mais
amiga ainda por ter sido amiga do seu filho Rafael, que se foi muito cedo.
Tanit veio recebê-lo ao pé do elevador, e aí
soou o telefone. Rômulo atendeu, o número era de São Paulo, e logo reconheceu
a voz. Era de Marcelo Déda, que pedia desculpas por não vir abraçá-lo em
Aracaju, para juntos festejarem a vida. Déda
falou por mais de vinte minutos, relembrou episódios vividos quando ele era
quase menino e Rômulo já bem maduro, falou de vida, do futuro de Sergipe, falou
de esperanças. Rômulo ouviu. Despediram-se. Tanit, junto, acompanhava muda. Romulo voltou-se para
ela e disse: ¨Recebi agora o grande presente pelos meus 70 anos.¨
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