O CAMINHO DAS PEDRAS
Pelo interior há muitas pedreiras
desativadas. O asfalto se transformou em sinônimo de pavimentação, e o
paralelepípedo anda quase esquecido. O que mais querem os prefeitos é asfalto
para cobrir as ruas das suas cidades, as estradas vicinais. Eles não pedem
pavimentação, referem-se a asfalto. Alega-se, além da vantagem da rapidez, que o asfalto é
mais resistente, e que as ruas calçadas
com paralelo logo ficam esburacadas. Asfaltar
ruas onde existem pedreiras com
capacidade para fornecer o paralelo, é o mesmo que recorrer à automatização
excessiva em áreas onde registra-se uma grande carência de empregos. O paralelo, mesmo a um custo um pouco maior, seria
socialmente vantajoso.
A equipe que acompanha as máquinas usadas para
asfaltar é diminuta. O calçamento a
paralelepípedos pode empregar dezenas de pessoas em cada obra e indiretamente gerando mais empregos nas
pedreiras. Neste momento em que a seca
parece que vai impedir a cultura do milho,
quando a estiagem longa desorganiza a economia
e promete muito mais desemprego se as
chuvas não vierem, asfalto em ruas e
estradas vicinais deveria ser substituído, obrigatoriamente, pelo paralelepípedo.
Antônio Carlos Franco, quando prefeito de
Laranjeiras resolveu por em prática
ações voltadas para a geração de empregos, e
deu ao paralelepípedo a utilidade mais ampla de pavimentar as estradas
vicinais que cortam o município. Isso há mais de 20 anos. O exemplo não foi
seguido.
O deputado João Daniel, líder do
MST, que anda pelas veredas da praia, do
agreste e do sertão a observar os problemas e para eles busca soluções, sentiu,
em Tomar do Gerú,
que
ali as pedreiras paralisadas ampliavam o desemprego. Ele procura
agora um meio
de reativá-las, organizando
os ¨marreteiros ¨parados em
Cooperativas, nelas incluindo os empobrecidos donos das jazidas. Há a preocupação de impedir o
trabalho infantil, usual nas pedreiras, e de estabelecer normas de segurança para evitar as mutilações que eram frequentes.
Se o exemplo de Gerú for
levado a outras regiões do estado, onde há muitas pedreiras paradas e tanta
gente de braços cruzados, e houver, dos
prefeitos, a adesão ao paralelo, sem
duvidas, se terá desencadeado uma
benéfica reação em cadeia numa região onde o essencial é gerar empregos. A
Secretária das Cidades, Lúcia Falcon sempre atenta a tudo que sugira um viés
social, deve estar olhando com simpatia a ideia do deputado Daniel.
Se o superintendente da Caixa
Econômica Luciano Pimentel criar uma linha de financiamento especial para
a reativação das pedreiras, também para as prefeituras que utilizarem o paralelepípedo, algo em torno de 2 mil empregos surgiriam em questão de meses.
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