sábado, 13 de abril de 2013

O CAMINHO DAS PEDRAS



O CAMINHO DAS PEDRAS
Pelo interior há muitas pedreiras desativadas. O asfalto se transformou em sinônimo de pavimentação, e o paralelepípedo anda quase esquecido. O que mais querem os prefeitos é asfalto para cobrir as ruas das suas cidades, as estradas vicinais. Eles não pedem pavimentação, referem-se a asfalto.   Alega-se,  além da vantagem da rapidez, que o asfalto é mais resistente,  e que as ruas calçadas com paralelo logo ficam esburacadas.    Asfaltar ruas onde existem pedreiras com  capacidade para fornecer o paralelo,  é o mesmo que recorrer à automatização excessiva em áreas onde registra-se uma grande carência de empregos.   O paralelo,  mesmo a um custo um pouco maior, seria socialmente vantajoso.
 A  equipe que acompanha as máquinas usadas para asfaltar é diminuta.  O calçamento a paralelepípedos pode empregar dezenas de pessoas em cada obra e  indiretamente gerando mais empregos nas pedreiras.  Neste momento em que a seca parece que vai impedir a cultura do milho,    quando a estiagem longa desorganiza a economia e promete  muito mais desemprego se as chuvas não vierem,  asfalto em ruas e estradas vicinais deveria ser substituído, obrigatoriamente, pelo paralelepípedo.
 Antônio Carlos Franco, quando prefeito de Laranjeiras  resolveu por em prática ações voltadas para a geração de empregos, e  deu ao paralelepípedo a utilidade mais ampla de pavimentar as estradas vicinais que cortam o município. Isso há mais de 20 anos. O exemplo não foi seguido.
O deputado João Daniel, líder do MST, que anda pelas veredas da  praia, do agreste e do sertão a observar os problemas e para eles busca soluções, sentiu, em Tomar do Gerú,
 que   ali as pedreiras paralisadas ampliavam o desemprego.  Ele procura  agora  um  meio   de reativá-las,  organizando os  ¨marreteiros ¨parados em Cooperativas, nelas incluindo  os  empobrecidos donos  das jazidas. Há a preocupação de impedir o trabalho infantil,  usual nas pedreiras,  e de  estabelecer normas  de segurança  para evitar as mutilações que eram frequentes.
Se o exemplo de Gerú  for  levado a outras regiões do estado,  onde há muitas pedreiras paradas e tanta gente  de braços cruzados, e houver, dos prefeitos, a  adesão ao paralelo, sem duvidas, se terá  desencadeado uma benéfica reação em cadeia numa região onde o essencial é gerar empregos. A Secretária das Cidades, Lúcia Falcon sempre atenta a tudo que sugira um viés social, deve estar olhando com simpatia a ideia do deputado  Daniel.
Se o superintendente da Caixa Econômica  Luciano Pimentel  criar uma linha de financiamento especial para a reativação das pedreiras, também para  as prefeituras que utilizarem o paralelepípedo,  algo em torno de 2 mil empregos  surgiriam em questão de meses.

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