O SEXAGENÁRIO VOADOR
Marcos Aragão começou a saltar de
paraquedas quando tinha 17 anos, e precisou de autorização paterna para
iniciar-se no esporte que, no começo da década dos 70 nem existia em Sergipe. e sua
prática era pouco difundida no país. Em João Pessoa, todavia, funcionava um clube de salto livre que era o
único do nordeste. O Aeroclube de Aracaju entrou em contato com os
paraquedistas paraibanos e conseguiu que Aragão e um outro jovem que também
queria saltar, Bira, para lá viajassem e fizessem o curso. Voltaram os dois com
o curso concluído, e o Aeroculube
convidou os saltadores paraibanos para
virem fazer uma demonstração em Aracaju. Durante o show aéreo houve alguns incidentes,
e uma jovem loira paraquedista errou o
alvo, e enfiou-se pelo telhado de uma
casa. Aragão, começando o curso de Educação Física e administrando uma academia
de fisioculturismo, esqueceu-se por algum tempo do paraquedismo, e a ele só retornou depois de alguns anos. Hoje, aos 60 anos, contabiliza quase 1 500 saltos, o que está bem longe de um
recorde, mas é uma cifra expressiva.
Ao tornar-se sexagenário, resolveu tentar bater um recorde. Organizou
uma equipe, convidou para vir acompanhar de perto a tentativa o homem pássaro, Sabiá, recordista de desafios radicais, com m ais de 10 mil saltos, normais, e também
anormais.
Das 5.30 da manhã, ás 15, 30 contando com uma eficiente equipe de terra
e tendo como lançador o comandante Léo,
saltou sem parar , repetidamente, 60 vezes. É o recorde nordestino. Depois da façanha, no hangar do Aeroclube , apagando as velinhas
de um bolo azul, imitando uma pílula de
Viagra, Aragão ouviu de um amigo que desdenhava do seu feito: ¨Recorde espantoso seria um sexagenário, mesmo com a azulzinha, fazer sexo 6 vezes, em um só dia¨.
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