A PEC 37 QUE MALUF DEFENDE
Em abril próximo o Congresso Nacional deverá votar a chamada
PEC- 37, um projeto de emenda
constitucional que visa retirar do Ministério Público o poder de
investigação.
O deputado federal
Paulo Maluf, é um brasileiro que não pode deixar o país, embora possua até
passaporte diplomático, porque, se o
fizer, será preso pela Interpol. Foi uma investigação do Ministério Público que
identificou, nas ilhas Jersey, um
paraíso fiscal, parte
das recheadas contas
clandestinas que Maluf e seus filhos mantêm no exterior. A Justiça inglesa,
reconhecendo a origem ilícita dos valores depositados, determinou que todo o
dinheiro fosse devolvido à Prefeitura de São Paulo.
Paulo Maluf declara-se entusiasmadamente favorável a PEC 37.
A ideia parece muito mais vingança do que iniciativa destinada a aperfeiçoar as ações policiais. Não será pela exclusão de um componente que
se chegará a tornar mais eficazes e céleres os inquéritos e os trabalhos de
inteligência com o objetivo de identificar ilicitudes.
É prática rotineira a presença dos qualificados promotores e
procuradores ao lado dos especialistas das policias federal e estaduais,
acompanhando inquéritos, fazendo
investigações . A parceria com excelentes resultados no Brasil, é usual em vários outros países, onde ninguém
pensa em extingui-la.
Há algo de suspeito nessa ânsia de mudar a Constituição, com
vistas voltadas ao Ministério Público. A sociedade será a vítima, a impunidade,
que já é ampla, geral e quase irrestrita, certamente aumentará com a retirada
do Ministério Público, da mesma forma que aumentaria, também, se, das investigações, fosse retirada a
Polícia. Os dois organismos se completam. É insanidade ou pura retaliação, essa tentativa de separá-los.
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