OS DOIS
IRMÃOS
Saíram de Simão Dias dois irmãos. Tinham idades
assemelhadas, o berço comum onde começaram a ouvir a repetida e responsável
cantilena dos pais : ¨Quem não nasceu
rico só vence pelo conhecimento. Não há
outro caminho a não ser o da escola.¨
Saindo de
Simão Dias com destino ao alargamento das mentes em Aracaju, os irmãos já
tinham frequentado na sua terra, a
escola possível, e lido os livros que encontraram. A família tinha intelectuais
de nomeada, e a faina livresca, a curiosidade pelo saber, eram, de certa forma,
uma herança valiosa.
Marcelo Déda tornou-se governador, pela segunda vez
preside o Executivo. Desde a última semana as responsabilidades institucionais
são partilhadas com o outro irmão, o desembargador Claudio Dinart Déda Chagas,
presidindo o Poder Judiciário.
Fato único, talvez inédito no Brasil, dois irmãos
exercendo ao mesmo tempo os poderes
Executivo e o Judiciário. E fato único ainda mais valorizado, porque
isento dos vícios das oligarquias. Os dois, separadamente, construíram seus
caminhos. Os dois partilhando da mesma convicção a respeito da dignidade da
vida pública, vencendo ainda as mesmas
canseiras, os mesmos sacrifícios, na busca do conhecimento, que , para
um, possibilitou a confiança do voto
popular, e do desempenho nos mandatos, para o outro, a capacidade de enfrentar a
difícil aprovação em concurso público, e
assegurar a ascensão na carreira.
Os dois, cobertos pelo manto equalizador da
democracia, pela qual também lutaram, e ajudaram , cada um no seu canto, a consolidar.
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