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O CURTÍSSIMO PRAZO DE HELENO SILVA
Nessa sexta-feira, dia 4, as seis e trinta da manhã, o prefeito de
Canindé Heleno Silva estava no Mercado Municipal tomando café com cuscuz e
carne de bode. As oito despachava na
Secretaria da Agricultura, logo depois, recebia o professor e advogado Chico
Dantas, articulador político, e um dos dirigentes do PRB, e o jornalista,
marqueteiro e ex-prefeito de Carmópolis, Teotônio Neto.
Em seguida, percorria com
engenheiros a imensa e abandonada Barragem do Cuiabá, monumental construção feita no inicio do século passado pelo grande
proprietário de terras, coronel Porfírio Britto. A larga e alta parede com mais de 200 metros
de extensão , erguida no meio de uma densa caatinga, e sem uso de máquinas, acumulava uma imensa
quantidade de água, e desafiou, ao longo
dos anos, as mais longas estiagens. Nunca
o peixe farto faltou para os
moradores, nem a agua abundante, mesmo nas piores estiagens, deixou de matar a sede do rebanho contado aos milhares do fazendeiro.
Embora solidamente construída em pedra e argamassa, durante uma descomunal enchente um trecho de
menos de 30 metros de uma das cabeceiras
rompeu-se, e a barragem está, há quase
20 anos, abandonada. A antiga propriedade do coronel Porfírio,
depois vendida ao engenheiro e empresário pernambucano Antônio Dutra,
transformou-se, hoje, no maior assentamento
do sertão sergipano, depois de um processo absolutamente pacífico de
negociação com o MST e o INCRA. No
assentamento Cuiabá, onde existe uma escola que homenageia o ex-dono, Antônio
Dutra, que, coisa inédita, tornou-se
defensor da reforma agrária, aliado do
MST e eleitor entusiasmado do deputado João Daniel, existem mais de 300 casas ,
e as terras foram divididas com os assentados, mas, não há água. Um detalhe: o engenheiro Antonio
Dutra é neto de um dos mais famosos coronéis do sertão nordestino, Chico
Heráclio, do Limoeiro. Heleno estuda a
possibilidade de fazer a recuperação rápida do paredão, como uma das suas primeiras ações para acabar em Canindé os efeitos das
secas. Na tarde do mesmo dia, o
prefeito estava no Assentamento Gualter, confins do município, próximo à divisa
com as esturricadas terras baianas do Raso da Catarina, bebia água doce, quase mineral, na casa do líder comunitário Dinho. A água é
captada de poços perfurados pela Cohidro.
O prefeito já traçava planos de parcerias para a perfuração de mais poços, visando
dar suporte a um
projeto de pecuária leiteira nos moldes do Balde Cheio, existente em Tobias
Barreto, ideia do agrônomo Paulo Viana, que foi executada pelo atual Secretário da
Agricultura Zezinho Sobral, e que o
dirigente da Cohidro, Mardoqueu Boldano, pensa em ampliar pelo semiárido. Quando a noite de
sexta já virava sábado, Heleno Silva, estava no Hospital do município, que já passou
por um amplo esfregão, ao lado dos médicos Cezar Augusto, Secretário da Saúde, e Jamesson, diretor do hospital. Analisavam a nova
escala de plantões de médicos e enfermeiros que, a curtíssimo prazo, já começa a
dar um novo ritmo às ações do sistema de atendimento ao público. Na manhã do sábado, outra vez logo cedo, o
novo prefeito de Canindé estava com
Aduilson, encarregado da operação dos
carros – pipas, verificando quantas
cargas haviam sido transportadas no dia anterior, e mandando contratar mais caminhões para
assegurar o abastecimento ao povo e aos
rebanhos.
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