- AS CARTAS DO BARÃO
Relendo um livro onde estão contidas cartas do
barão de Jeremoabo dirigidas às autoridades da Bahia, o professor Chico Dantas,
em férias depois de deixar a Secretaria de Governo, encontra semelhanças de
procedimento entre o comportamento do aristocrático representante das elites
rurais baianas, com aquele mais de um século depois revelado também por setores
do empresariado rural. O Barão de Jeremoabo, na época senhor de terras com
extensão quase igual ao estado de Sergipe, que se estendiam do Raso da Catarina
ao recôncavo baiano, pedia, insistentemente, providencias contra um certo
Antônio Conselheiro, que estava esvaziando de braços aptos ao eito da enxada o
interior baiano, com o êxodo em direção ao arraial que ele criara às margens do
Vasa Barris, Canudos, onde a terra era repartida, e todos tinham trabalho e
pão. Hoje, dizem fazendeiros que não há mais quem queira trabalhar, porque o
MST ganha terras, e o ¨parasitismo¨ é incentivado com a bolsa família do
governo.
Passam os séculos, resistem os preconceitos.
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