A SECA PIORA E O
DNOCS ACABOU
DNOCS, é a sigla do Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas. É nome despropositado, algo assim como se na
Sibéria fosse criado um aparato estatal para combater a neve e o gelo. Seca não se combate, aprende-se a conviver com
ela. Desde que o cronista Antonil,
narrou as desventuras dos índios que desciam do sertão em tempo de seca para
virem disputar o alimento nas praias, tornando mais intensas as
sazonais ¨guerras dos cajús¨, pelos séculos adiante, as secas foram
recorrentes. Fica difícil atribuir esta
de agora aos alegados sintomas do aquecimento global. No século dezoito e
dezenove, há relatos de secas que teriam sido devastadoras. Mas a
que nos aflige, pode ser calamidade maior de todas as que fazem parte da história das agruras
nordestinas. Nunca precisamos tanto, como hoje, da presença daquela sigla que, mesmo tendo um equivocado significado, fazia
obras que serviam exatamente para o convívio com as secas. O DNOCS sumiu de
Sergipe. Dele, resta como memoria
trise a sucata acumulada na encosta do Morro do Urubú. De tão inútil, o braço federal que trata da seca deixou de interessar
aos políticos. O último que para ele indicou um diretor, foi o deputado Almeida
Lima, mas, logo descobriu que o seu
indicado não teria absolutamente nada a fazer.
Todavia, o DNOCS continua ativo em outros estados nordestinos, trabalha
até com alguma intensidade na Paraiba, no Ceará, em Pernambuco, construindo açudes, barragens,
perfurando poços. Aqui, temos uma única perfuratriz da Cohidro, que
trabalha uma hora e fica parada por duas
ou três para ser consertada. É essa única máquina que dispõe a empresa para atender a demanda
de regiões do sertão onde existe água subterrânea, mas, intocada e inútil. Há aquela promessa não cumprida do Ministério da Integração
Nacional para liberar verbas e doar
perfuratrizes a Sergipe. Se essa promessa for como aquela feita pelo ministro
Fernando Bezerra, que anunciou a chegada de caminhões dotados de tanques de aço
inoxidável e chips, para, sofisticadamente, levarem água aos sertanejos, então, estamos
literalmente fritos.
Se vierem os recursos do Proinveste existe a
previsão de com eles fazer-se a compra de perfuratrizes, recuperação e
construção de açudes, e revitalização
dos perímetros irrigados.
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