sexta-feira, 16 de novembro de 2012

FOGUETES SOBRE A CIDADE SAGRADA



FOGUETES SOBRE A CIDADE SAGRADA

A mídia, habitualmente tendenciosa e pró-Israel,  noticia, sem esconder a indignação, que foguetes disparados por ¨extremistas ¨ou ¨terroristas ¨palestinos, caíram sobre a cidade sagrada de Jerusalem. Como invariavelmente acontece nesses massacres, uns poucos judeus morrem, e centenas de palestinos perdem a vida. Mais uma vez  na Faixa de Gaza  teria começado  a ¨provocação ¨respondida por Israel, que assim exerceria seu legítimo direito de defesa. Sempre alguns pacíficos cidadãos judeus são atingidos nas casas onde vivem com suas famílias, e assim o Estado judeu se vê forçado a adotar medidas drásticas de proteção ao seu território e, em seguida ,  orientadas pela mais sofisticada tecnologia,  chovem as  bombas sobre o despropósito urbano onde vive miseravelmente  uma parte da população palestina oprimida e humilhada na sua própria terra.    Nunca se diz que Jerusalem,  a cidade sagrada é um troféu de guerra conquistado por Israel, e que ali se encontram três religiões, todas tendo seus monumentos, seus locais, que veneram e fazem parte  dos seus ritos. O islamismo e o cristianismo seguidos por centenas de milhões de fieis,  e o judaísmo, restrito a uma limitada proporção de praticantes.  Dispersos pelo mundo após a expulsão da  terra mãe, o povo judeu se manteve unido na diáspora através da prática da sua religião e da obediência aos seus costumes. Comunidades judaicas na Polônia, nos Estados Unidos, no Brasil, onde estivessem,  frequentavam suas sinagogas, celebravam as suas datas, cumpriam os seus rituais, alimen tavam-se com a mesma comida, e assim , se identificavam como um povo, embora em terras estrangeiras. Industriosos  , inteligentes,  determinados, os judeus, sobreviveram às perseguições, fortalecendo a sua cultura, e estiveram na origem do capitalismo como financiadores das grandes aventuras que abriram as fronteiras do mundo, aproximaram mercados e geraram o grande fluxo de mercadorias e de capitais. Se anteciparam  assim  à globalização, exercendo forte influencia sobre as finanças internacionais. Não há um grande banco onde não exista um poderoso financista judeu.  Depois da selvageria hitlerista, no episódio de fúria genocida que ficou conhecido como o holocausto, o mundo devia aos judeus a concessão do direito de retorno à terra de onde haviam sido expulsos .  Pelos  séculos a fora os judeus cumprimentavam-se dizendo: ¨Ano que vem, em Jerusalem¨.  Finda a Segunda Grande Guerra, levas de judeus sobreviventes, saídos principalmente dos escombros de uma Europa arrasada, começaram a retornar à Palestina de  onde um pequeno grupo deles nunca havia arredado pé. Organizaram-se em grupos guerrilheiros,  e, paradoxalmente,  tendo árabes como aliados,  começaram a combater os ingleses colonizadores. Naquele tempo, entre 45 e 48, os ingleses classificavam os combatentes judeus como terroristas, e eles, de fato,  cometeram atentados,  nos mesmos moldes como age atualmente a Al Quaeda  de Osama bin Laden. Criada a O NU, os países que a constituíam  resolveram ,  por assim dizer,  fundar o Estado de Israel. Deram aos judeus a terra, a pátria onde viveriam,  e deixaram implícita a decisão de que também seria criado um Estado palestino para que os dois povos convivessem como pacíficos vizinhos. Isso nunca aconteceu ,e os judeus,  impondo-se pelas armas, fortalecidos pelos recursos que vinham de todas as partes do mundo, subjugaram os palestinos, os confinaram em duas áreas separadas, a Faixa de Gaza e a Cisjordania,  ampliaram o território do exíguo País  em sucessivas guerras,   montaram a mais perfeita máquina de guerra que o mundo conhece, e criaram também um poderoso arsenal atômico.
Não há o que disfarçar. Israel é a potencia  opressora, os palestinos são o povo oprimido.  Enquanto persistir essa situação de injustiça, se alongará o confronto,  e sempre haverá palestinos dispostos à resistência, ¨terroristas ¨, disparando seus foguetes, que algumas vezes podem atingir a  ¨cidade sagrada de Jerusalem ¨ onde estão, lado a lado, embora tão distantes, templos cristãos, mesquitas e sinagogas.

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