ESPERTEZA EM EXCESSO
VIRA MALANDRAGEM
Houve, sem nenhuma
dúvida, um golpe demasiadamente
esperto, tramado extra muros e depois levado a ser consumado na Assembleia Legislativa. A receita preparada
de fora foi rapidamente aceita pela Mesa e o grupo de deputados que seguem
à risca o que é traçado pelo
sempre incontestado chefe.
Solícitos e obedientes, convocaram a toque de caixa e repique de sino
a deputado Suzana Azevedo para ser sabatinada, e assim, dar por cumprido o rito indispensável
para tornar-se apta ao veredito final do
voto dos parlamentares. Houve pressa excessiva diante do dilatado espaço de
tempo regimental que não impunha prazos imediatos e impreteríveis. Não se
discute a forma da sabatina, muito menos
a legitimidade dos que foram
encarregados de fazê-la. O que existe de estranho, de inusitado, é exatamente a
celeridade, a corrida contra o tempo, e o que é pior, a inabilitação automática do outro postulante
ao cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-vice governador e ex-deputado Belivaldo Chagas, quase vítima do drible fatal.
Essas espertezas, consumadas
assim em excesso, sempre transbordam do
caldeirão imprevisível das alquimias políticas, derramando-se ao rés
do chão das atitudes suspeitas e que se confundem com a simples malandragem. A artimanha mostrou-se
tão evidente, que logo foi desfeita pela Justiça. Belivaldo Chagas
continua tendo tempo suficiente para escolher a data em que deverá ser
sabatinado.
Essa descomedida mistura de interesses político-partidários
numa disputa que toma ares de uma batalha de força e prestígio, somente contribui para que se ampliem as
restrições que são feitas à forma de escolha dos conselheiros dos tribunais de
contas.
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