sábado, 6 de outubro de 2012

ESPERTEZA EM EXCESSO VIRA MALANDRAGEM



ESPERTEZA EM EXCESSO
VIRA  MALANDRAGEM

Houve,  sem nenhuma  dúvida,  um golpe demasiadamente esperto, tramado extra muros e depois levado  a ser consumado na  Assembleia Legislativa. A receita preparada de fora foi rapidamente aceita pela Mesa e o grupo de deputados  que seguem  à risca o que é traçado pelo  sempre incontestado chefe.  Solícitos e obedientes,  convocaram a toque de caixa e repique de sino a deputado Suzana Azevedo para ser sabatinada,  e assim, dar por cumprido o rito indispensável para  tornar-se apta ao veredito final do voto dos parlamentares. Houve pressa excessiva diante do dilatado espaço de tempo regimental que não impunha prazos imediatos e impreteríveis. Não se discute a forma  da sabatina, muito menos a legitimidade dos que  foram encarregados de fazê-la. O que existe de estranho, de inusitado, é exatamente a celeridade, a corrida contra o tempo, e o que é pior,  a inabilitação automática do outro postulante ao cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas,  o ex-vice    governador e ex-deputado Belivaldo   Chagas, quase vítima do drible fatal.
Essas espertezas, consumadas assim em excesso,  sempre transbordam do caldeirão imprevisível das alquimias políticas, derramando-se  ao  rés do chão das atitudes suspeitas e que se confundem com a  simples malandragem. A artimanha mostrou-se tão evidente, que  logo  foi desfeita pela Justiça. Belivaldo Chagas continua tendo tempo suficiente para escolher a data em que deverá ser sabatinado.
Essa  descomedida  mistura de interesses político-partidários numa disputa que toma ares de uma batalha de força e prestígio,  somente contribui para que se ampliem as restrições que são feitas à forma de escolha dos conselheiros dos tribunais de contas.

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