sábado, 6 de outubro de 2012

AS PESQUISAS ELEITORAIS E O SAMBA DO CRIOULO DOIDO



AS PESQUISAS ELEITORAIS  E
 O SAMBA DO CRIOULO  DOIDO
 Foi Stanislaw Ponte Preta pseudônimo famoso  do genial escritor e humorista brasileiro Sérgio Porto   o criador da  expressão  ¨ samba do  crioulo  doido.¨ Ele inventou a frase e também compôs a letra do samba que desfilava uma sucessão de absurdos e  incoerências históricas, assim, como o  casamento de Chica da Silva com Tiradentes,  e coisas assemelhadas.  A  música  era uma crítica  aos sambas enredos do carnaval carioca  que abordavam episódios históricos quase sempre  desarrumando a própria História. Crítico  demolidor  da ditadura militar que  apenas começava,  e ainda  concedia certas licenças  à  liberdade de expressão e criação artística, o Lalau,  como ele também se denominava, uniu o Samba do Crioulo Doido a uma outra criação sua:  o Festival de Besteira que Assola o País, o Fê-Bê – Apá.     Com o humor, que já diziam os romanos,  é a melhor arma para criticar os costumes,  a ditadura estreante  todos os dias era    levada ao ridículo. Stanislaw Ponte Preta, cardíaco em situação de risco extremo, trabalhava e criava como um alucinado, porque só assim poderia dar vazão ao potencial explosivo da sua  inteligência ,    ao mesmo tempo,  vivia a noite  com toda a  intensidade exigida pelo seu espírito livre e boêmio. Morreu cedo, com pouco mais de quarenta anos, mas o samba do crioulo doido e o festival de besteiras incomodaram muito à ditadura que se prolongou por vinte e um anos.    As criações humorísticas de Sérgio Porto  sobreviveram ao colapso do regime militar, continuando, como  lembranças sempre pinçadas do passado, quando ocorrem algumas incoerências, desmazelos,  equívocos, e  inacreditáveis absurdos.
O choque, que se torna evidente e perturbador  entre  os números das pesquisas eleitorais, principalmente,  daquelas realizadas em municípios do interior, e o desempenho de alguns candidatos a vereador e a prefeito, trazem à  atualidade plena as duas frases tão célebres de Stanislaw Ponte Preta.  Assistimos em Sergipe nesse período eleitoral que hoje se encerra,  um festival de besteiras,  e, ao mesmo tempo,  um  samba de crioulo doido das disparatadas prévias eleitorais. Faz tempo,  o sensato e preciso colunista Diógenes   Brayner  vem pondo  sob um olhar crítico de suspeição   a validade dessas  aferições,  efetuadas sem uma rigorosa obediência à metodologia, e, principalmente, sem o indispensável selo de qualificação  que devem ter todos os institutos para merecer um mínimo de credibilidade. O que se nota em vésperas de eleições é o surgimento de uma parafernália de  ¨institutos de pesquisas ¨ abrigados sob nomes diversos, alguns,  até um tanto ridículos. E são esses mesmos    ¨institutos ¨, que através dos números que exibem,  se tornam em muitos casos definidores do rumo a ser tomado por muitos eleitores, certamente ingênuos ou demasiadamente crédulos. Nenhum candidato responsável pagaria para que fossem exibidas pesquisas previamente encomendadas, incluindo-se,  na ¨encomenda ,¨o resultado que deseja. Mas a vida, os exemplos do  cotidiano,  nos mostram que infelizmente existem sim esses candidatos, absolutamente irresponsáveis, e também os   ¨institutos de pesquisas ¨  criados exatamente para  servir como instrumentos de fraude e mistificação.
 Esses  ¨institutos ¨ que se alugam para  a fabricação de resultados previamente encomendados pelo cliente, afetam a credibilidade daqueles que trabalham com seriedade  na busca  da exatidão  de números confiáveis

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