AS PESQUISAS ELEITORAIS E
O SAMBA DO CRIOULO DOIDO
Foi Stanislaw Ponte Preta pseudônimo famoso do genial escritor e humorista brasileiro
Sérgio Porto o criador da expressão
¨ samba do crioulo doido.¨ Ele inventou a frase e também compôs
a letra do samba que desfilava uma sucessão de absurdos e incoerências históricas, assim, como o casamento de Chica da Silva com Tiradentes, e coisas assemelhadas. A
música era uma crítica aos sambas enredos do carnaval carioca que abordavam episódios históricos quase
sempre desarrumando a própria História.
Crítico demolidor da ditadura militar que apenas começava, e ainda
concedia certas licenças à liberdade de expressão e criação artística, o
Lalau, como ele também se denominava, uniu
o Samba do Crioulo Doido a uma outra criação sua: o Festival de Besteira que Assola o País, o
Fê-Bê – Apá. Com o humor, que já
diziam os romanos, é a melhor arma para
criticar os costumes, a ditadura
estreante todos os dias era levada ao ridículo. Stanislaw Ponte Preta,
cardíaco em situação de risco extremo, trabalhava e criava como um alucinado,
porque só assim poderia dar vazão ao potencial explosivo da sua inteligência , ao mesmo tempo, vivia a noite
com toda a intensidade exigida pelo
seu espírito livre e boêmio. Morreu cedo, com pouco mais de quarenta anos, mas
o samba do crioulo doido e o festival de besteiras incomodaram muito à ditadura
que se prolongou por vinte e um anos.
As criações humorísticas de Sérgio Porto sobreviveram ao colapso do regime militar,
continuando, como lembranças sempre pinçadas
do passado, quando ocorrem algumas incoerências, desmazelos, equívocos, e
inacreditáveis absurdos.
O choque, que se torna evidente e
perturbador entre os números das pesquisas eleitorais,
principalmente, daquelas realizadas em
municípios do interior, e o desempenho de alguns candidatos a vereador e a
prefeito, trazem à atualidade plena as
duas frases tão célebres de Stanislaw Ponte Preta. Assistimos em Sergipe nesse período eleitoral
que hoje se encerra, um festival de
besteiras, e, ao mesmo tempo, um samba de crioulo doido das disparatadas
prévias eleitorais. Faz tempo, o sensato
e preciso colunista Diógenes Brayner vem pondo
sob um olhar crítico de suspeição
a validade dessas aferições, efetuadas sem uma rigorosa obediência à
metodologia, e, principalmente, sem o indispensável selo de qualificação que devem ter todos os institutos para
merecer um mínimo de credibilidade. O que se nota em vésperas de eleições é o
surgimento de uma parafernália de
¨institutos de pesquisas ¨ abrigados sob nomes diversos, alguns, até um tanto ridículos. E são esses mesmos ¨institutos ¨, que através dos números que
exibem, se tornam em muitos casos
definidores do rumo a ser tomado por muitos eleitores, certamente ingênuos ou
demasiadamente crédulos. Nenhum candidato responsável pagaria para que fossem
exibidas pesquisas previamente encomendadas, incluindo-se, na ¨encomenda ,¨o resultado que deseja. Mas a
vida, os exemplos do cotidiano, nos mostram que infelizmente existem sim esses
candidatos, absolutamente irresponsáveis, e também os ¨institutos de pesquisas ¨ criados exatamente para servir como instrumentos de fraude e
mistificação.
Esses ¨institutos
¨ que se alugam para a fabricação de
resultados previamente encomendados pelo cliente, afetam a credibilidade
daqueles que trabalham com seriedade na
busca da exatidão de números confiáveis
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