domingo, 21 de outubro de 2012

ADIAR A VOTAÇÃO NA CÂMARA É AMEAÇA AO FUNDO DE PREVIDENCIA



 ADIAR  A VOTAÇÃO NA CÂMARA  É
AMEAÇA AO FUNDO DE PREVIDENCIA

Há muito tempo não se via uma cena assim. João Alves,  o ex-governador com três mandatos,  o ex-prefeito de Aracaju por quatro anos, agora retornando ao ponto por onde iniciou sua estrelada carreira política, eleito prefeito de Aracaju, desta vez com votos, e muitos votos, unindo-se a sindicatos e batendo na mesma tecla de interesses comuns. João quer adiar para o próximo ano a votação do projeto de lei encaminhado pelo prefeito Edvaldo Nogueira à Câmara de Vereadores .  O projeto reformula o estatuto do Servidor,    tratando ainda da previdência municipal.  Os sindicatos, excetuando-se o maior deles,  o Sepuma  de Nivaldo Fernandes,  enxergaram defeitos no projeto e juntam-se a João   Alves tentando evitar a aprovação.
  O novo prefeito,  como se sabe,  tem predileção por construir,  e  prioriza  o cimento e o tijolo,  até por entender que grandes canteiros de obras geram empregos, fazem circular riqueza e  transferem  mais benefícios sociais do que a simples majoração de salários dos servidores públicos, uma categoria restrita, que João  nas outras vezes em que governou,  sempre manteve sob rigorosa contenção de expectativas. Traduzindo no popular: de cuia na mão.    João entende,  e por isso ele é um destacado integrante do DEM, partido com forte conotação de direita, que avanços  sociais só  podem chegar  aos  trabalhadores  através  do crescimento econômico, algo bem parecido com a mensagem que o republicano  Mitt Romney  agora tenta passar ao povo americano no seu embate com Barack Obama.  . Para  Romney ,  a saúde pública, programas sociais, e até   o direito à aposentadoria,  não são conquistas dos trabalhadores, mas, sintomas de fraqueza  que devem  ser combatidos,  porque,   de acordo com a  visão ultraliberal,  a livre iniciativa   abre   oportunidades para todos.        Segundo a elite  conservadora americana  só os fracassados, incapazes e preguiçosos, necessitariam  do amparo estatal.   Há esse tipo de conservadorismo que cultiva muito mais preconceitos do que valores.
Nada mais legítimo do que a defesa de posições ideológicas, sejam elas de direita, extrema  direita,  de esquerda, extrema esquerda,  de centro, ou  se mais classificações existirem, mas, seria importante que no decurso da campanha, esses temas fossem tratados,  e bem  explicitadas as posições ideológicas de cada candidato,  o que nunca acontece,  até porque  não parece esse o debate capaz de chamar a atenção do eleitorado.
João Alves que sempre se diz pontualmente reciclado, chega agora com essa  característica nova  de abertura ao entendimento,  e parece fazer o  descarte dos  métodos de radicalização política que sempre caracterizaram os  seus governos.
Para o encontro com os vereadores eleitos, ( e foram todos convidados ) João tratou de estar sintonizado com  sindicatos dos servidores municipais que fazem restrições ao projeto de lei  enviado por Edvaldo,  e que já se encontra em tramitação, quase aprovado.
Assim ,  cercando-se ecumenicamente de vereadores e de sindicalistas  que encontraram defeitos no projeto em tramitação, João Alves  se fortalece para sugerir que a votação  só venha a acontecer no próximo ano,  quando ele estiver sentado na cadeira de prefeito. O presidente da Câmara Emanoel Nascimento discorda, esclarece que   não se poderá por um freio na sequencia de procedimentos usuais nos legislativos.   
No bojo das votações em andamento,  está  a emenda   à Lei Orgânica do Município.   A emenda  cerca de indispensáveis blindagens  o Fundo Previdenciário   criado por Déda,   inflado por Edvaldo,  e que  alcança hoje a vistosa soma de duzentos milhões de reais.   Não há razão para que se  deixe de votar , se for preciso,  até em regime de urgência,  esse item que  não aumenta despesas, uma das preocupações expressas pelo prefeito eleito, mas,  é a única garantia  de um fim de carreira tranquilo para os servidores , com a certeza da aposentadoria.   É bem conhecida a preferencia de João Alves pelas construções.  Se, dominado pela  ânsia de construir mais e mais ele resolver usar uma parte dessa dinheirama do Fundo de Aposentadoria para fazer obras?  Diz a sabedoria popular que cesteiro que  faz um cesto, se lhe derem palha e tempo ele faz um cento.
Os sindicalistas que descobriram eventuais falhas no projeto de lei,  precisam estar bem atentos no que se refere ao pretendido adiamento da votação, e os interesses  que esse adiamento poderia estar a esconder.   O conhecimento que João Alves tem hoje da situação financeira da Prefeitura é o mesmo que ele terá depois que assumir  o cargo. Então,  por que o empenho em  transferir para amanhã o que poderá ser feito hoje sem causar prejuízos ou  preocupações ?   
Haveria o disfarçado interesse de usar o Fundo de Aposentadoria para outras finalidades?
 Essa é uma duvida que   vem causando um sentimento de insegurança entre os servidores . Dúvida que merece ser desfeita.

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