sábado, 22 de setembro de 2012

SUKITA NÃO É REFRESCO



 SUKITA NÃO É REFRESCO
Sukita, como veio a tornar-se conhecido em Sergipe o prefeito de Capela, é o exato modelo daquilo que os americanos chamam de ¨self mademan¨, ou seja, da pessoa que constrói a própria vida, caminha com as próprias pernas e tem, a seu crédito exclusivo, todas as conquistas pessoais.Sukita, filho de um vaqueiro, condição  que ele proclama e da qual tanto se orgulha, começou como lavador de carro.Era ¨flanelinha, ¨  e descobriu que podia ganhar mais dinheiro  intermediando a  venda de veículos.   Logo montava uma negócio decarros usados,  seminovos, como são mais apropriadamente chamados.  E cresceu,surgindo aSukita Automóveis.
Faz alguns anos,o   ex-flanelinha Sukita,   já um bem sucedido empresário, conversava com um  jornalista e  pedia-lhe uma opinião sobre as suas pretensões.  Queria tornar-se político,começando por disputar a Prefeitura da sua terra, e sonhava  com incursões bem maiores. O jornalista,impressionado com a disposição de um quase menino,  há pouco tempo sem eira nem beira, e que,  começando a ficar rico  queria ter também influencia política, foi seco e grosso : ¨ Meu filho,  você que foi ¨flanelinha ¨e virou empresário, precisa, em primeiro lugar, capacitar-se intelectualmente, e,  se não for ¨laranja ¨de ninguém, nem traficante de droga, com a disposição e a coragem que  possui, vai, sem duvidas, se transformar num político influente¨.  Sukitaveio a demonstrar: não era ¨laranja ¨,  muito menos traficante de droga, construiu um patrimônio com muito trabalho.  Prefeito de Capela, na primeira vez vencendo três eleições sucessivas, após batalhas judiciais, impôs fragorosa derrota às oligarquias, e mudou a faceronceira do município. O sucesso na vida pública o fez imitar o presidente Lula,então, incorporou o apelido dos tempos de flanelinha ao nome do político. Surgiu o Manoel Messias Sukita Santos. E parece que Sergipe ainda irá ouvir falar muito dele.
Quinta-feira dia 20, pela manhã, no bravo programa de George  Magalhães, Sukita mostrava que não é refresco. Faixa preta de karatê,durante 40 minutos,   ocupou o centro do  palco da política sergipana,  fazendo com que os microfones de uma rádio se transformassem numa espécie de octógono,  onde ele, revelava como polemista político, a mesma garra dos lutadores de UFC.    Na história política de Sergipe talvez existam bem poucos momentos tão fortes e incisivos como aquele,protagonizado   por Sukita,  ao desfilar acusações contundentes contra o grupo político-empresarial dos irmãos Amorim.
Se houvesse um sismógrafo capaz de registrar osabalos políticos, Sukita  teria gerado,  quinta-feira,  um tremor no grau máximo da Escala de Richter, aquela, que mede  a força dos  terremotos na superfície terrestre.
Agora, Sukita empenha-se para fazer da desembargadora aposentada Josefa  Paixão,   sua sucessora na Prefeitura. Ela ocupou a Secretaria da Educação de Capela durante quatro anos, demonstrando a mesma competência que a destacou como magistrada. Josefa tem uma história de vida semelhante à de Sukita. Oriunda de família muito pobre,chegou ao mais alto posto da  Justiça sergipana. Seu irmão, Porfírio Martins Felix, também fez carreira na área jurídica. Hoje, aposentado como Promotor de Justiça, Popó, como o chamam os amigos da juventude, dedica-se, em Lagarto, aaperfeiçoar o seu pequeno e produtivo rebanho de vacas leiteiras  de origem canadense.

Nenhum comentário:

Postar um comentário