SUKITA NÃO É REFRESCO
Sukita, como veio a tornar-se
conhecido em Sergipe o prefeito de Capela, é o exato modelo daquilo que os
americanos chamam de ¨self mademan¨, ou seja, da pessoa que constrói a própria
vida, caminha com as próprias pernas e tem, a seu crédito exclusivo, todas as
conquistas pessoais.Sukita, filho de um vaqueiro, condição que ele proclama e da qual tanto se orgulha,
começou como lavador de carro.Era ¨flanelinha, ¨ e descobriu que podia ganhar mais
dinheiro intermediando a venda de veículos. Logo montava uma negócio decarros usados, seminovos, como são mais apropriadamente
chamados. E cresceu,surgindo aSukita Automóveis.
Faz alguns anos,o ex-flanelinha Sukita, já um bem sucedido empresário, conversava com
um jornalista e pedia-lhe uma opinião sobre as suas
pretensões. Queria tornar-se
político,começando por disputar a Prefeitura da sua terra, e sonhava com incursões bem maiores. O jornalista,impressionado
com a disposição de um quase menino, há
pouco tempo sem eira nem beira, e que, começando a ficar rico queria ter também influencia política, foi
seco e grosso : ¨ Meu filho, você que
foi ¨flanelinha ¨e virou empresário, precisa, em primeiro lugar, capacitar-se
intelectualmente, e, se não for ¨laranja
¨de ninguém, nem traficante de droga, com a disposição e a coragem que possui, vai, sem duvidas, se transformar num
político influente¨. Sukitaveio a
demonstrar: não era ¨laranja ¨, muito
menos traficante de droga, construiu um patrimônio com muito trabalho. Prefeito de Capela, na primeira vez vencendo
três eleições sucessivas, após batalhas judiciais, impôs fragorosa derrota às
oligarquias, e mudou a faceronceira do município. O sucesso na vida pública o
fez imitar o presidente Lula,então, incorporou o apelido dos tempos de
flanelinha ao nome do político. Surgiu o Manoel Messias Sukita Santos. E parece
que Sergipe ainda irá ouvir falar muito dele.
Quinta-feira dia 20, pela manhã, no
bravo programa de George Magalhães, Sukita
mostrava que não é refresco. Faixa preta de karatê,durante 40 minutos, ocupou o centro do palco da política sergipana, fazendo com que os microfones de uma rádio se
transformassem numa espécie de octógono,
onde ele, revelava como polemista político, a mesma garra dos lutadores
de UFC. Na história política de
Sergipe talvez existam bem poucos momentos tão fortes e incisivos como
aquele,protagonizado por Sukita, ao desfilar acusações contundentes contra o
grupo político-empresarial dos irmãos Amorim.
Se houvesse um sismógrafo capaz de registrar
osabalos políticos, Sukita teria gerado, quinta-feira,
um tremor no grau máximo da Escala de Richter, aquela, que mede a força dos
terremotos na superfície terrestre.
Agora, Sukita empenha-se para fazer
da desembargadora aposentada Josefa
Paixão, sua sucessora na Prefeitura. Ela ocupou a
Secretaria da Educação de Capela durante quatro anos, demonstrando a mesma
competência que a destacou como magistrada. Josefa tem uma história de vida
semelhante à de Sukita. Oriunda de família muito pobre,chegou ao mais alto
posto da Justiça sergipana. Seu irmão,
Porfírio Martins Felix, também fez carreira na área jurídica. Hoje, aposentado
como Promotor de Justiça, Popó, como o chamam os amigos da juventude,
dedica-se, em Lagarto, aaperfeiçoar o seu pequeno e produtivo rebanho de vacas
leiteiras de origem canadense.
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