sábado, 15 de setembro de 2012

O MUNDO MUÇULMANO EM EBULIÇÃO



 O MUNDO MUÇULMANO EM EBULIÇÃO
 A Secretária de Estado norte-americana Hilary Clinton, repetindo os mesmos erros e demonstrando  a mesma monumental ignorância dos Estados Unidos em relação ao resto do mundo, disse,  diante dos esquifes dos diplomatas assassinados na Líbia: ¨A Líbia, o Egito, o Iemen, a Tunísia não se libertaram da tirania de ditadores para cair na ditadura das turbas .¨ Hilary  deu ênfase ao papel para ela libertador,  da presença militar dos Estados Unidos na região. Não há entre os muçulmanos, acentuadamente entre os que são árabes, um predomínio da fúria incontrolada das turbas,  que estaria a comprometer  o aceno de liberdade e democracia embutido no que se convencionou chamar de ¨primavera árabe ¨.
 O Papa,  desembarcando no Líbano,   chegava mudo e sairia  calado,  sem tocar nos motivos reais que levam a conflagração dos árabes e muçulmanos em geral,  mas, ouviu sem esboçar reações a afirmação de um líder religioso libanês  sobre a verdadeira  ¨primavera árabe ¨  que seria a criação do Estado Palestino. Para explicar corretamente o ódio do que a Secretaria de Estado denomina  ¨turbas ¨,  é preciso  dissocia-lo   do pretexto que  foi o filme absurdo e provocador , ridicularizando o profeta  Maomé.  O ódio não está na simples psicologia ruidosa das massas, o ódio faz parte do cotidiano do povo árabe, desde quando impérios colonialistas puseram suas botas na região para facilitar a ofensiva das petroleiras, cujos interesses determinaram até o traçado da geografia política  no oriente médio. O papa  teria ido ao cerne do problema  se desse a devida importância ao  drama palestino, à necessidade de ser criado o Estado Palestino, que deveria ter surgido logo em1948, quando foi artificialmente criado o Estado Judeu.
 A turbulência no mundo árabe existirá sempre, enquanto o ocidente continuar insistindo na ideia de que pode  se imiscuir na região com a arrogância de conquistadores.
Lawrence da Arábia que se tornou um falso ícone do imperialismo civilizado, tendo olhos para ver e entender os povos colonizados,  e com eles se misturar,  estranhava o enorme desconhecimento do chamado ocidente em relação aquela gente que,  nos fundos da Idade Média europeia, atravessou o Mediterrâneo para levar civilização, cultura, arte, sabedoria,  ao outro lado, que depois,  fez a travessia inversa para ir reduzi- los  à condição de colônias.

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