O MUNDO MUÇULMANO EM
EBULIÇÃO
A Secretária de Estado
norte-americana Hilary Clinton, repetindo os mesmos erros e demonstrando a mesma monumental ignorância dos Estados
Unidos em relação ao resto do mundo, disse,
diante dos esquifes dos diplomatas assassinados na Líbia: ¨A Líbia, o
Egito, o Iemen, a Tunísia não se libertaram da tirania de ditadores para cair
na ditadura das turbas .¨ Hilary deu
ênfase ao papel para ela libertador, da
presença militar dos Estados Unidos na região. Não há entre os muçulmanos,
acentuadamente entre os que são árabes, um predomínio da fúria incontrolada das
turbas, que estaria a comprometer o aceno de liberdade e democracia embutido no
que se convencionou chamar de ¨primavera árabe ¨.
O Papa, desembarcando no Líbano, chegava mudo e sairia calado,
sem tocar nos motivos reais que levam a conflagração dos árabes e
muçulmanos em geral, mas, ouviu sem
esboçar reações a afirmação de um líder religioso libanês sobre a verdadeira ¨primavera árabe ¨ que seria a criação do Estado Palestino. Para
explicar corretamente o ódio do que a Secretaria de Estado denomina ¨turbas ¨, é preciso dissocia-lo
do pretexto que foi o filme absurdo
e provocador , ridicularizando o profeta
Maomé. O ódio não está na simples
psicologia ruidosa das massas, o ódio faz parte do cotidiano do povo árabe,
desde quando impérios colonialistas puseram suas botas na região para facilitar
a ofensiva das petroleiras, cujos interesses determinaram até o traçado da
geografia política no oriente médio. O
papa teria ido ao cerne do problema se desse a devida importância ao drama palestino, à necessidade de ser criado
o Estado Palestino, que deveria ter surgido logo em1948, quando foi
artificialmente criado o Estado Judeu.
A turbulência no mundo
árabe existirá sempre, enquanto o ocidente continuar insistindo na ideia de que
pode se imiscuir na região com a
arrogância de conquistadores.
Lawrence da Arábia que se tornou um falso ícone do
imperialismo civilizado, tendo olhos para ver e entender os povos colonizados, e com eles se misturar, estranhava o enorme desconhecimento do
chamado ocidente em relação aquela gente que,
nos fundos da Idade Média europeia, atravessou o Mediterrâneo para levar
civilização, cultura, arte, sabedoria, ao outro lado, que depois, fez a travessia inversa para ir reduzi- los à condição de colônias.
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