sábado, 15 de setembro de 2012

A DEVASTAÇÃO DO CRACK



A DEVASTAÇÃO DO CRACK
 Os que fabricam e vendem o crack deveriam ser condenados por crime contra a humanidade. O crack está causando um lento genocídio.  As vítimas da droga formam um grupo de desgraçados vagando como zumbís sem rumo, maltrapilhos ,  imundos, farrapos de gente, infelizes, que perderam  o senso de dignidade, qualquer referencia a valores civilizados, enfim,  mergulham num mundo onde a irrealidade é a própria negação da vida.  O crack devasta o corpo e a alma, e as suas vítimas definham espantosamente rápido, e parecem todos  afundados voluntariamente num ritual satânico de autoextermínio. O traficante está no meio deles, os traficantes pequenos é  verdade, os grandes, instalados nas suas mansões de luxo não descem àquela promiscuidade repugnante. Todos têm,  todavia, consciência plena do mal que estão a disseminar.  Em qualquer parte do mundo as cracolandias  se assemelham, se poderia até dizer que são idênticas. E são também migratórias, vagueiam de um local para outro, e onde chegam instalam bem rápido o cenário da degenerescência humana. Em Aracaju a cracolandia  está deixando o centro decadente da cidade e indo fixar-se na Atalaia, nos arredores dos hotéis da orla. Por ali misturou-se,  numa convivência  com todas as formas de marginalidade. Na Atalaia  a prostituição cresce e a criminalidade com ela se confunde. Há  cada vez mais a presença de menores, e essa é  a cena mais confrangedora no palco das desgraças humanas.
Há um trabalho enorme e complexo a ser feito, uma ação que deve envolver toda a sociedade,  quando, um dia, a indiferença que ainda nos torna espectadores alheios e distantes,  finalmente for vencida.
Semana passada a polícia fez uma incursão repressora pela área. Entre outras tantas ações,  aquela especificamente policial, é também indispensável, principalmente quando visa prender os traficantes do crack, para os quais, os juízes, ainda que indo além do que estabelece o Código Penal,  que não é contemporâneo da tragédia de hoje, poderiam fixar penas bem mais longas de reclusão absoluta.

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