A DEVASTAÇÃO DO CRACK
Os que fabricam e
vendem o crack deveriam ser condenados por crime contra a humanidade. O crack
está causando um lento genocídio. As
vítimas da droga formam um grupo de desgraçados vagando como zumbís sem rumo,
maltrapilhos , imundos, farrapos de
gente, infelizes, que perderam o senso
de dignidade, qualquer referencia a valores civilizados, enfim, mergulham num mundo onde a irrealidade é a
própria negação da vida. O crack devasta
o corpo e a alma, e as suas vítimas definham espantosamente rápido, e parecem
todos afundados voluntariamente num
ritual satânico de autoextermínio. O traficante está no meio deles, os traficantes
pequenos é verdade, os grandes,
instalados nas suas mansões de luxo não descem àquela promiscuidade repugnante.
Todos têm, todavia, consciência plena do
mal que estão a disseminar. Em qualquer
parte do mundo as cracolandias se
assemelham, se poderia até dizer que são idênticas. E são também migratórias,
vagueiam de um local para outro, e onde chegam instalam bem rápido o cenário da
degenerescência humana. Em Aracaju a cracolandia está deixando o centro decadente da cidade e
indo fixar-se na Atalaia, nos arredores dos hotéis da orla. Por ali misturou-se,
numa convivência com todas as formas de marginalidade. Na
Atalaia a prostituição cresce e a
criminalidade com ela se confunde. Há
cada vez mais a presença de menores, e essa é a cena mais confrangedora no palco das
desgraças humanas.
Há um trabalho enorme e complexo a ser feito, uma ação que
deve envolver toda a sociedade, quando,
um dia, a indiferença que ainda nos torna espectadores alheios e distantes, finalmente for vencida.
Semana passada a polícia fez uma incursão repressora pela
área. Entre outras tantas ações, aquela
especificamente policial, é também indispensável, principalmente quando visa
prender os traficantes do crack, para os quais, os juízes, ainda que indo além
do que estabelece o Código Penal, que
não é contemporâneo da tragédia de hoje, poderiam fixar penas bem mais longas
de reclusão absoluta.
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