sábado, 18 de agosto de 2012

EM DEFESA DOS FLANELINHAS


 EM DEFESA DOS   FLANELINHAS

Enquanto houver pessoas trabalhando, mesmo em sacrificados postos de subemprego, haverá menos assaltantes nas ruas. Se eles perdem o emprego a marginalidade surge  quase como única opção. Isso não quer dizer que a miséria seja a causa única da  violência ,   até porque nos últimos tempos,  tornou-se   alarmante modismo jovens da alta classe média e até muito ricos empunhando uma arma e organizando ousadas quadrilhas.  Alias não há quadrilha mais      perniciosa    do que aquela formada por engravatados que estão no poder ou gravitando em torno dele.

O velho  Karl Marx sempre atualíssimo quando se trata de  compreender   o processo econômico, mas, evidentemente defasado em relação aos fenômenos sociais da  chamada modernidade,  apostava na virtude de um Estado igualitário para corrigir as sequelas da ¨natureza humana¨, expressão  excluída do seu léxico de rigoroso teórico . Mas  a ¨natureza humana ¨existe, está presente em todos os episódios do cotidiano. E ela comporta a ambição, os desejos irrefreáveis, a  tendência para o egoísmo, o ódio, a vontade de delinquir, a adesão ao subir a qualquer preço. Por isso,  jovens ricos não saciados com o que possuem tornam-se delinquentes, por isso, há tantos bem aquinhoados roubando descaradamente.

O  pobre ,  este, sempre  se conforma  com menos,   mas, evidentemente, quer comida sobre a mesa, o jovem sonha com uma moto, um  tênis de marca, coisas simples que nem são supérfluas. Os flanelinhas da cidade são pobres assim, trabalhadores que começam a trilhar os novos caminhos das classes C e D. Muitos deles,  já chegam ao trabalho montados em motos, algumas novinhas, saídas da concessionária. Estão ascendendo socialmente, exercendo uma atividade  que não exige  qualificação profissional. É o que podem  e sabem fazer.  Se lhes for retirada a fonte única de sustento, muitos deles não tolerarão ouvir o choro de fome dos seus filhos, e daí para a marginalidade será um passo fácil de ser dado.

O Estado que não consegue assegurar o pleno emprego não tem o direito de  legislar negativamente sobre o trabalho daqueles que precariamente vão conseguindo sobreviver  na in formalidade.

Há excessos cometidos por alguns  flanelinhas, há desrespeitos, há casos de marginais entre eles, mas existe  a Lei Municipal , uma iniciativa do vereador Chico Buxinho, uma  boa estrutura legal para regulamentar a profissão.   Infelizmente a lei não é aplicada e se multiplicam os atritos entre proprietários de veículos e flanelinhas que atuam na ilegalidade.

O vereador Valdir  Santos tentou, com outro projeto de lei, colocar de novo em pauta a regulamentação que não se aplica, e  criou-se uma desatinada discussão,  meramente eleitoreira, que em nada contribuiu para a solução adequada do problema. Precavidamente, o vereador  Valdir pediu a retirada da sua propositura.

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