sábado, 25 de agosto de 2012

ENQUANTO DESABAM OS MUROS DA LESTE


ENQUANTO DESABAM OS MUROS DA LESTE
O pacote anunciado por Dilma,  investimentos e parcerias com o setor privado, vai ressuscitar o transporte ferroviário no país. O trecho em Sergipe de ferrovia da antiga Leste Brasileiro é a comprovação, mais  contundente,  de uma decadência que começou nos anos cinquenta e que levou ao sucateamento completo de toda a estrutura  de máquinas,  vagões, trilhos e edificações.  O trem,  como meio de transporte de pessoas,  é hoje em Sergipe uma distante lembrança,  apenas na memória de uns poucos que viram, pela última vez,  passageiros entrando e saindo nos  trens da Leste. O terminal ferroviário hoje quase em ruinas,,  no começo dos anos sessenta substituiu o antigo,  que ficava no Mercado Municipal .  Faz mais de dez anos deixaram de trafegar os desconjuntados comboios que transportavam  combustíveis entre Aracaju  e Salvador,  e,  durante certo tempo a perigosa carga de amônia e ureia. Contra o perigo representado pela carga letal passando quase pelo centro de Aracaju insurgia-se, sempre indignado,  o então vereador Jorge Araújo, que até conseguiu fazer aprovar uma lei municipal proibindo a passagem dos trens com aquele tipo de material venenoso.  Agora, os muros da Estação da Leste estão desabando, o velho prédio abandonado ameaça cair aos pedaços  , tal o desleixo da subsidiária da Vale.   No governo Fernando Henrique, aquela empresa  ganhou a preço vil , por falta de interessados no leilão  da venda,  a paralisada   ferrovia da Leste Brasileiro, que passou a se chamar pomposamente,  Ferrovia Atlântica. A Vale  é empresa aqui também muito atuante.  Opera a mina de potássio, o porto da Barra dos Coqueiros, começa a investir no Projeto Taquidrita, mas, nunca demonstrou o menor interesse pelo transporte ferroviário em Sergipe,  e a prometida revitalização da rede nunca aconteceu.  
O candidato a Prefeito,  Valadares Filho, no seu programa de estreia na TV apresentou um projeto para solucionar o crucial problema da mobilidade urbana em Aracaju. Ele anunciou o VLT, Veiculo Leve Sobre Trilhos, tendo como Terminal base,  a Estação da Leste que desaba. O VLT aproveitaria  linhas de ferro ainda existentes no trecho que corta a cidade.  O projeto é caro, ultrapassaria os 300 milhões de reais. Mas há recursos no governo federal que podem ser alocados para uma forma de transporte que várias outras cidades brasileiras já estão adotando.  
Já o pacote  da presidente Dilma  prevê a construção de uma ferrovia ligando Salvador ao Porto de Suape em Pernambuco, passando por Aracaju e Maceió. Certamente haverá o eixo de ligação  do tronco da ferrovia com o Porto da Barra dos Coqueiros.  Assim, deverá cair o controle  da Vale sobre o trecho que nunca foi utilizado no território sergipano,  e que para pouca coisa poderá servir, a não ser, talvez, para facilitar em Aracaju a implantação do VLT.

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