CORRUPÇÃO E
¨BURROCRACIA¨
QUAL O PIOR DOS DOIS ?
Partidos e candidatos
finalmente soltaram um aliviado ufaaa. Não
foram poucas as correrias, as canseiras, até que fosse aprontada a volumosa
papelada. São contas no banco, declarações, relatórios, extratos, demonstrações
contábeis, atestados, comprovantes.
Cumprido o exaustivo ritual, os partidos
, enfim , apresentaram os seus
candidatos , e eles acham-se devidamente habilitados para o ¨embate democrático ¨. Todos apresentaram
suas declarações de renda, exibiram o patrimônio que possuem, os atestados, demonstrando que são
cidadãos probos e, em assim sendo, merecedores do voto. Depois, se exercerá rigorosíssima
fiscalização para que a eleição transcorra limpamente, sem a intromissão
indevida e criminosa do poderio econômico.
Assim, transcorrem as
eleições, apuram-se os votos ( pelo mais
moderno sistema de contagem do mundo) é
cumprida mais uma etapa no processo democrático e tanto o eleitor como a
Justiça Eleitoral se sentem confortados, satisfeitos, por mais uma tarefa
cumprida.
Fingimos assim que está tudo bem. Por baixo da montanha de
papeis persistem os vícios, a intromissão sem controles do poder econômico, o
eleitor vendendo e o candidato comprando voto, num processo que a cada dia mais se agrava em
virtude do descrédito da classe política, das desconfianças que o povo nutre em relação à eficiência e
lisura das instituições.
A ¨burrocracia ¨ não colocou um freio definitivo na corrupção, e ainda causa prejuízos imensos aos cofres
públicos. Por conta do excesso de papeis
cuja eficácia é quase nula, estão
paralisadas obras, gestores responsáveis
hesitam em tocar projetos com receio de
terminarem tendo sobre as costas o peso de irregularidades descobertas , por
não terem manipulado direitinho os papeis. O excesso dessa inutilidade , favorece a corrupção, como demonstrava um prefeito de
município sergipano que ensinava aos outros :¨Cuide bem dos papeis, tenha um
contador competente, arrume a papelada, desse jeito você rouba e fica tranquilo ¨.
A ¨burrocracia
¨instalada no país tem o suporte poderoso de instituições que a ela se apegam,
como se fosse uma ferramenta indispensável do poder.
Quando governador da
Bahia na década dos 60, Luiz Viana
Filho se atormentava com
a imensa papelada que tinha de despachar diariamente. Mozart
Santos, antes de vir morar em
Aracaju, onde foi presidente da EMSETUR e diretor da TV-Sergipe, era, na Bahia,
assessor de Luiz Viana. Todas as manhãs, quando lhe levava ¨as folhas ¨, ( como
ele chamava os jornais do dia ) o encontrava à frente de uma pilha alentada de
papeis a lamentar: ¨Seu Mozart, não tem jeito,
o mundo é feito mesmo de água e
papel.
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