O DESVALORIZADO PATRIMONIO DOS
POLÍTICOS
Existiria algum motivo para
alguém ocultar o seu patrimônio?
Parece que sim. O que seria até
motivo de orgulho, uma demonstração vistosa do que foi amealhado ao longo de
uma vida de trabalho e realizações se transforma, pelo menos para alguns
candidatos a cargos eletivos, num segredo preservado à custa da desfaçatez em
que se transformam as declarações feitas à Justiça Eleitoral. Frauda-se
legalmente , se isso é possível, a começar pelo valor histórico dos bens
apresentados, surgindo um cabedal reduzido através das declarações ao imposto
de renda, onde quem tem empresas enumera as cotas que possui , e não se vê
obrigado a atualizar valores, a apresentar o faturamento, o capital dessas
empresas, que operam em outra faixa , naquela das pessoas jurídicas com as
quais as físicas quase nada têm a ver. As declarações de bens se transformam em
peças de ficção. Há ainda o ¨alaranjamento¨, esta sim, uma prática criminosa,
todavia recorrentemente utilizada. Como Sergipe ¨ é pequeno e aqui tudo se sabe
¨, este quase jargão popularizado pelo ex-governador Albano Franco, os
¨laranjas ¨são facilmente identificáveis. A prosperidade deles, em alguns
casos, se torna até acintosa. Há ¨laranjas¨ reconhecidamente ¨laranjas ¨que são
traídos pelo incontrolável exibicionismo , e vivem a alardear riqueza, a falar
sobre a ampliação dos negócios, dos novos modelos de aviões e de automóveis que
adquiriram, e assim escancaram o que mereceria absoluto recato.
Se de um lado, o dos candidatos,
tenta-se evidentemente reduzir vistosos patrimônios, do outro lado, o dos¨
laranjas ¨, só o que falta é a contratação de trombeteiros para anunciá-los aos
quatro ventos. Evidentemente, não se quer aqui dizer que todos os candidatos
tenham os seus ¨laranjas ¨, ou façam das declarações de bens peças de pura
ficção e ilusionismo, mas, os que têm lá suas razões para não revelarem o que
possuem, sem duvidas, lançam sobre todos os demais uma mesma suspeição.
Pairando suspeitas sobre homens
públicos, principalmente quando se tornam candidatos, caberia, evidentemente ao
Ministério Público, a saneadora tarefa de
Percorrer aquele cipoal imenso
de mistérios necessitando serem desvendados, a começar pela identificação exata
dos ¨laranjas ¨.
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