terça-feira, 17 de julho de 2012

O DESVALORIZADO PATRIMONIO DOS POLÍTICOS


O DESVALORIZADO PATRIMONIO DOS POLÍTICOS

Existiria algum motivo para alguém ocultar o seu patrimônio?
Parece que sim. O que seria até motivo de orgulho, uma demonstração vistosa do que foi amealhado ao longo de uma vida de trabalho e realizações se transforma, pelo menos para alguns candidatos a cargos eletivos, num segredo preservado à custa da desfaçatez em que se transformam as declarações feitas à Justiça Eleitoral. Frauda-se legalmente , se isso é possível, a começar pelo valor histórico dos bens apresentados, surgindo um cabedal reduzido através das declarações ao imposto de renda, onde quem tem empresas enumera as cotas que possui , e não se vê obrigado a atualizar valores, a apresentar o faturamento, o capital dessas empresas, que operam em outra faixa , naquela das pessoas jurídicas com as quais as físicas quase nada têm a ver. As declarações de bens se transformam em peças de ficção. Há ainda o ¨alaranjamento¨, esta sim, uma prática criminosa, todavia recorrentemente utilizada. Como Sergipe ¨ é pequeno e aqui tudo se sabe ¨, este quase jargão popularizado pelo ex-governador Albano Franco, os ¨laranjas ¨são facilmente identificáveis. A prosperidade deles, em alguns casos, se torna até acintosa. Há ¨laranjas¨ reconhecidamente ¨laranjas ¨que são traídos pelo incontrolável exibicionismo , e vivem a alardear riqueza, a falar sobre a ampliação dos negócios, dos novos modelos de aviões e de automóveis que adquiriram, e assim escancaram o que mereceria absoluto recato.
Se de um lado, o dos candidatos, tenta-se evidentemente reduzir vistosos patrimônios, do outro lado, o dos¨ laranjas ¨, só o que falta é a contratação de trombeteiros para anunciá-los aos quatro ventos. Evidentemente, não se quer aqui dizer que todos os candidatos tenham os seus ¨laranjas ¨, ou façam das declarações de bens peças de pura ficção e ilusionismo, mas, os que têm lá suas razões para não revelarem o que possuem, sem duvidas, lançam sobre todos os demais uma mesma suspeição.
Pairando suspeitas sobre homens públicos, principalmente quando se tornam candidatos, caberia, evidentemente ao Ministério Público, a saneadora tarefa de
Percorrer aquele cipoal imenso de mistérios necessitando serem desvendados, a começar pela identificação exata dos ¨laranjas ¨.

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