O DESEMBARGADOR OSÓRIO
Osório de Araújo Ramos assume, nessa terça-feira, a chefia do Poder
Judiciário. Substituirá o desembargador Jose Alves, que logo em seguida entra
na compulsória completando 70 anos, dos quais, mais de 40 dedicados à
magistratura. Jose Alves sai festejado pelos colegas e merecedor do respeito da
sociedade à qual serviu com zelo e dedicação. O desembargador Osório, mais
jovem, já passa todavia, dos 30 anos como magistrado. São, por conseguinte,
dois experientes desembargadores, um, concluindo sua tarefa, outro, assumindo
nova responsabilidade.
Filho de um servidor público que foi estudar Direito quando já
chefiava numerosa família, e depois tornou-se Juiz, Osorinho, como é chamado
pelos familiares e amigos mais próximos, dele herdou o nome , o sentimento de
honra, e mais a sensibilidade para as questões sociais que, não raras vezes,
escapam à visão de juízes estritamente apegados ao texto frio da lei.
Osório, quando ainda muito criança, viveu ao lado da mãe e dos irmãos
os dias difíceis em que o pai, militante comunista ,foi preso em período de
vigência da democracia, -1951- e submetido a tratamento desumano, imposto por
um almirante fascista, que veio a Sergipe comandando uma operação repressiva
com o intuito de desafiar o governo de Getúlio Vargas, que se iniciava após a
vitória nas eleições do ano anterior. O novo presidente do Judiciário sergipano
é um homem que sentiu o que significa a violação do estado de direito, e tem,
por isso, plena consciência do quanto vale a Justiça para que o cidadão nunca
se sinta desamparado.
Religioso e participante ativo ao lado da esposa, a advogada Vera, de
ações sociais inspiradas pelos valores cristãos, o desembargador Osório, como
presidente do Judiciário, engrandecerá aquele poder, pela força dos exemplos e
a correção das suas ações.
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