sábado, 2 de junho de 2012

UMA SINFONICA PARA DJENAL


 UMA SINFONICA PARA DJENAL
Cumprindo a cuidadosa agenda que contempla, todos os meses, homenagens aos ex-governadores que aniversariariam, ou, se vivos apagam velinhas, o Palácio Museu na quinta-feira, dia 31,   fez lembrar o ex-governador Djenal   Tavares de Queiroz. Uma surpresa agradável anunciada pela eficiente coordenadora  Eliane Borges foi a participação, no evento, da Orquestra Sinfônica de Moita Bonita, um pequeno município com irrisória arrecadação,  mas que dá um exemplo de como é possível não sucumbir inteiramente ao axé.
Djenal,  como disse o palestrante, foi uma mistura bem elaborada de militar e político. O general rígido na ordem unida, era também o parlamentar afeito ao diálogo, firme nas suas posições conservadoras, mas sempre disposto a conviver em harmonia com todos os que dele eram antípodas em termos de ideologias. Por isso se fez respeitado e, mais ainda, quando no desmoronar da democracia, com os militares no poder, Djenal em Sergipe se transformou, enquanto pôde, num fator de equilíbrio, contendo, com a autoridade que conservava mesmo estando  na reserva, os ímpetos dos quarteis, nisso, distanciando-se moralmente daqueles que se aproveitaram da ocasião para bajular fardados, e, quando não repelidos  por nojo, cumpriam a aviltante tarefa de perseguir e denunciar. O  general Djenal  atravessou aquele período  sem  se deixar contaminar pelos malefícios que acompanham todas as ditaduras.  Djenal foi governador de Sergipe durante nove meses substituindo  Augusto Franco, que   se desincompatibilizou para concorrer à Câmara  Federal e permitir que seus filhos Albano e Walter  Franco fossem candidatos ao Senado e à Assembleia Legislativa. Cumpriu rigorosamente os compromissos assumidos com Augusto, depois de ter atuado, decisivamente, para  viabilizar a candidatura de João Alves com o apoio dos  Franco, o que parecia impossível, mas, a habilidade de Djenal removeu os obstáculos, para satisfação de Albano, que queria ser Senador numa chapa majoritária absolutamente sem riscos de não ser bem sucedida.  Na ocasião,  ex-prefeito de Aracaju, João Alves era muito bem avaliado na capital,  mas um  desconhecido no interior, onde a força do poderoso esquema logo o fez preferido dos principais chefes  políticos da época.  Albano,  frequentador assíduo de todas as homenagens a ex-governadores que acontecem no Olímpio Campos, acompanhava a palestra sobre o amigo Djenal  e, em alguns momentos, fazia acréscimos oportunos às palavras do jornalista palestrante.

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