sábado, 2 de junho de 2012

AFUNDANDO COM MUITA POMPA


 AFUNDANDO COM MUITA POMPA
 O antigo Império Britânico agora resumido  às ilhas originais, compartilhadas com outros países, encolheu drasticamente a superfície.  Agora,  assiste encolher-lhe  também a  economia. O Brasil, sem pretensões imperiais, e antes tão  humilhado até em nossos próprios portos pelo poderio da esquadra inglesa, já ultrapassou o PIB inglês, mas os ingleses não abrem mão da pompa e da ostentação de  força. Atravessando uma recessão econômica, eles se dão ao luxo de possuir uma marinha poderosíssima, uma força aérea de primeiríssima linha, um exército treinado para a eventualidade de intervenções em qualquer parte do mundo, e  ainda mais, guardam um potente arsenal atômico  com o qual ocupam  um dos primeiros lugares entre as grandes potencias militares.
 A monarquia é o aparato mais visível do gosto inglês pela pompa e a empáfia. A rainha Elizabeth está comemorando agora sessenta anos de reinado, perdendo, por muito pouco,  para  sua parenta a rainha Vitória, que permaneceu luminosa, ou também embolorada  e descolorida, por 63 anos sentada no trono. Ela tem a pretensão de ultrapassar a famosa ascendente. Haverá muita festa, a comemoração custará milhões de libras esterlinas, isso, num país onde cresce o desemprego,  nas grandes cidades  aumenta cada vez mais a quantidade de miseráveis perambulando sem destino pelos guetos da exclusão social.
  A  Inglaterra afunda, mas não dispensa o dispendioso foguetório  comemorativo da longevidade de uma realeza que, rigorosamente,  para nada serve além de  exibir o lado  grotesco de um sistema  que  perpetua um  modelo de poder e bem estar social que na verdade nunca existiu, nem mesmo quando a Grã Bretanha era a Rainha dos  Mares, e sobre algum ponto da extensão do Império Britânico o sol nunca  deixava de brilhar.

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