AFUNDANDO COM MUITA POMPA
O antigo Império Britânico agora resumido às ilhas originais, compartilhadas com outros
países, encolheu drasticamente a superfície.
Agora, assiste encolher-lhe também a
economia. O Brasil, sem pretensões imperiais, e antes tão humilhado até em nossos próprios portos pelo
poderio da esquadra inglesa, já ultrapassou o PIB inglês, mas os ingleses não
abrem mão da pompa e da ostentação de força.
Atravessando uma recessão econômica, eles se dão ao luxo de possuir uma marinha
poderosíssima, uma força aérea de primeiríssima linha, um exército treinado
para a eventualidade de intervenções em qualquer parte do mundo, e ainda mais, guardam um potente arsenal
atômico com o qual ocupam um dos primeiros lugares entre as grandes
potencias militares.
A monarquia é o aparato mais visível do gosto
inglês pela pompa e a empáfia. A rainha Elizabeth está comemorando agora
sessenta anos de reinado, perdendo, por muito pouco, para sua parenta a rainha Vitória, que permaneceu
luminosa, ou também embolorada e
descolorida, por 63 anos sentada no trono. Ela tem a pretensão de ultrapassar a
famosa ascendente. Haverá muita festa, a comemoração custará milhões de libras
esterlinas, isso, num país onde cresce o desemprego, nas grandes cidades aumenta cada vez mais a quantidade de miseráveis
perambulando sem destino pelos guetos da exclusão social.
A
Inglaterra afunda, mas não dispensa o dispendioso foguetório comemorativo da longevidade de uma realeza
que, rigorosamente, para nada serve além
de exibir o lado grotesco de um sistema que
perpetua um modelo de poder e bem
estar social que na verdade nunca existiu, nem mesmo quando a Grã Bretanha era
a Rainha dos Mares, e sobre algum ponto
da extensão do Império Britânico o sol nunca
deixava de brilhar.
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