terça-feira, 8 de maio de 2012

A RESSUREIÇÃO DE ADOLF E BENITO

A RESSUREIÇÃO DE ADOLF E BENITO

Adolf Hitler e Benito Mussolini,  tenebrosa dupla que comandou a tragédia do nazi-fascismo, seriam agora dois fantasmas bem animados com a perspectiva de ressureição dos ódios que espalharam . Como se sabe, tanto o ditador italiano que tomou o poder  depois da ¨Marcha sobre Roma ¨, como o seu congênere alemão que  dominaria a Alemanha   mais tarde, em 1933 , eram   dois alucinados que provocaram a hecatombe da Segunda Guerra  Mundial.
 A  conquista de territórios ao leste, para  garantir o chamado lebensraum, espaço vital , a eliminação do povo judeu,   das chamadas raças inferiores,  o sonho do império alemão dominador do mundo, o Reich de mil anos.  Sobre todas essas sandices Hitler tratou alongadamente em seu livro Mein Kampf, escrito na prisão de Landsberg.  O livro é um amontoado de  considerações, sempre odiosas, a respeito da derrota da Alemanha na Primeira Grande Guerra Mundial ( 1914- 1918) ,  e a necessidade do rearmamento e montagem de um governo totalitário. Hitler discrimina metodicamente os seus objetivos,   a ocupação de territórios onde viviam populações de origem germânica,  o confronto com o império britânico,  com a França, com  a Rússia, a  criação de  colônias onde trabalhariam populações inteiras na condição de escravos dos alemães.  O livro  vendeu pouco, mas, quando Hitler chegou ao poder em 1933 ,  transformou-se em leitura obrigatória para todos os alemães.
A Alemanha vai suspender a partir de 2015 a rígida proibição que existe em relação à obra hitlerista, e o Mein Kampf, pela primeira vez após a Segunda Grande Guerra ( 1939- 1945), voltará a ser editado.
Proibir livros é um contra-senso  em países democráticos, e a publicação da bíblia maldita do nazismo será a melhor forma de revelar as entranhas do monstro totalitário.
No Brasil, nos idos de 1962, quando se acirravam os embates ideológicos, a publicação do livro Guerra de Guerrilhas de Ernesto Che Guevara   fez crepitar mais forte a fogueira da polarização política. O governo de Jango, acossado por pressões  vindas da mídia e do  Congresso, decidiu proibir  a circulação do livro,  e ampliou a decisão, proibindo também o Minha Luta, tradução literal do Mein Kampf.  A medida foi saudada como uma profilaxia oportuna para  salvar o regime democrático da grave patologia dos extremismos. De nada adiantou o veto às publicações, porque o clima político, as circunstancias internacionais, a crise econômica,  eram fatores que favoreciam a radicalização.   A conjuntura político-social mudou no Brasil, onde não existem mais condições para o crescimento dos extremismos.  O que era uma característica da instabilidade  do Terceiro Mundo, deslocou-se para a civilizadíssima Europa, até para os Estados Unidos, não tão civilizado, todavia, com  instituições estáveis em função de uma sociedade rica e afluente.
Há,  outra vez, o espectro do fascismo rondando a Europa,  algo assim como  uma ressurreição das insanidades de   Adolf e do seu parceiro  Benito.
O Mein Kampf logo se tornará a bíblia dos ensandecidos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário