O SAPATO DE ZÉ PEIXE
Zé Peixe, o homem do mar que faleceu ha um mês, era um personagem com vida repleta de atos de heroísmo, e também um perfeito asceta. Não tinha vícios, nunca fumou, nunca bebeu, alimentava-se frugalmente, não tomava banho com água doce, e vestia noite e dia um calção raramente usando camisa, mesmo quando fazia a praticagem de navios na arriscada barra de Aracaju. Zé Peixe teve um casamento longo, de muita afinidade e amor, que durou até a morte da esposa, mas o casal, há quem garanta dele ter ouvido, nunca fez sexo. As energias ele guardava para suas ousadas aventuras pelo mar, onde por vezes permanecia dez a vinte horas nadando, ou boiando para descansar ao sabor das ondas. A única vez em que o nosso homem do mar calçou sapatos e vestiu um terno foi para ir a uma solenidade na Marinha do Brasil quando recebeu uma destacada condecoração.
Zezinho Guimarães, hoje deputado estadual, de quem a esposa de Zé Peixe era sobrinha, sabendo que ele se recusava a vestir terno e gravata e calçar sapatos, foi convencê-lo a usar a roupa protocolar, pelo menos durante a cerimônia. Zé Peixe terminou aquiescendo, sem disfarçar o constrangimento, e com dificuldade vestiu o terno e colocou nos pés um sapato preto de cromo alemão que Zezinho lhe deu de presente.
Zé Peixe, o homem do mar que faleceu ha um mês, era um personagem com vida repleta de atos de heroísmo, e também um perfeito asceta. Não tinha vícios, nunca fumou, nunca bebeu, alimentava-se frugalmente, não tomava banho com água doce, e vestia noite e dia um calção raramente usando camisa, mesmo quando fazia a praticagem de navios na arriscada barra de Aracaju. Zé Peixe teve um casamento longo, de muita afinidade e amor, que durou até a morte da esposa, mas o casal, há quem garanta dele ter ouvido, nunca fez sexo. As energias ele guardava para suas ousadas aventuras pelo mar, onde por vezes permanecia dez a vinte horas nadando, ou boiando para descansar ao sabor das ondas. A única vez em que o nosso homem do mar calçou sapatos e vestiu um terno foi para ir a uma solenidade na Marinha do Brasil quando recebeu uma destacada condecoração.
Zezinho Guimarães, hoje deputado estadual, de quem a esposa de Zé Peixe era sobrinha, sabendo que ele se recusava a vestir terno e gravata e calçar sapatos, foi convencê-lo a usar a roupa protocolar, pelo menos durante a cerimônia. Zé Peixe terminou aquiescendo, sem disfarçar o constrangimento, e com dificuldade vestiu o terno e colocou nos pés um sapato preto de cromo alemão que Zezinho lhe deu de presente.
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