sábado, 31 de março de 2012

O CATÃO ¨PARAGUAIO ¨


Marcus Pórcio  Cato, mais conhecido como Catão, foi um ilustre romano que transformou o seu nome em  adjetivo para classificar aqueles que se dedicam à nobilitante tarefa da defesa intransigente dos valores morais. Censor, Catão fustigava os costumes corruptos do seu tempo, empenhava-se  nas constantes advertências a respeito da moralidade na administração do Império, denunciava senadores, estava sempre atento às falhas e aos vícios associados ao poder. O senador por Goiás Demóstenes Torres,  era um Catão moderno. Tornou-se conhecido nacionalmente  pela sua intransigente defesa da moralidade pública, fez constantes denuncias, inclusive contra colegas que ele considerava indignos de ocuparem uma cadeira no Senado, o seu gabinete é decorado com cópias de páginas dos jornais que noticiam as suas sempre pontuais ações contra corruptos e corruptores. Demóstenes integra o Ministério Público goiano, é Procurador de Justiça, seus colegas de todo o país tinham  por ele até as revelações recentes, o maior respeito, e  o viam como um raro exemplo de político. Conservador ao extremo, Demóstentes  defendia posições que o aproximavam muito da direita, e fazia tudo isso com muita inteligência, com raro embasamento jurídico e cultural, nos artigos que escrevia e que  os jornais brasileiros reproduziam, certamente honrados por terem em suas páginas um colaborador tão positivamente avaliado.
Mas, veio a contundente surpresa. O senador Demóstenes não passava de um vigarista, um malandro cínico que se travestia de moralista, enquanto se associava a  um marginal, Carlinhos  Cachoeira, que está preso numa penitenciária de segurança máxima no Rio Grande do Norte. Tratava-se, lamentavelmente,   de um produto falso, espécie de uísque paraguaio vendido por contraventores em qualquer esquina.

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