Marcus Pórcio Cato, mais conhecido como Catão, foi um
ilustre romano que transformou o seu nome em
adjetivo para classificar aqueles que se dedicam à nobilitante tarefa da
defesa intransigente dos valores morais. Censor, Catão fustigava os costumes
corruptos do seu tempo, empenhava-se nas
constantes advertências a respeito da moralidade na administração do Império,
denunciava senadores, estava sempre atento às falhas e aos vícios associados ao
poder. O senador por Goiás Demóstenes Torres,
era um Catão moderno. Tornou-se conhecido nacionalmente pela sua intransigente defesa da moralidade
pública, fez constantes denuncias, inclusive contra colegas que ele considerava
indignos de ocuparem uma cadeira no Senado, o seu gabinete é decorado com
cópias de páginas dos jornais que noticiam as suas sempre pontuais ações contra
corruptos e corruptores. Demóstenes integra o Ministério Público goiano, é
Procurador de Justiça, seus colegas de todo o país tinham por ele até as revelações recentes, o maior
respeito, e o viam como um raro exemplo
de político. Conservador ao extremo, Demóstentes defendia posições que o aproximavam muito da
direita, e fazia tudo isso com muita inteligência, com raro embasamento
jurídico e cultural, nos artigos que escrevia e que os jornais brasileiros reproduziam,
certamente honrados por terem em suas páginas um colaborador tão positivamente
avaliado.
Mas, veio a contundente surpresa.
O senador Demóstenes não passava de um vigarista, um malandro cínico que se
travestia de moralista, enquanto se associava a
um marginal, Carlinhos Cachoeira,
que está preso numa penitenciária de segurança máxima no Rio Grande do Norte.
Tratava-se, lamentavelmente, de um
produto falso, espécie de uísque paraguaio vendido por contraventores em
qualquer esquina.
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