Insistimos: o
mangue não fede, a lama dos manguezais não é uma imensa porcaria. Os mangues
são limpos, a sujeira lhes chega de fora, vem de esgotos, vem do lixo criminosamente lançado num bioma que é manancial vigoroso de
vida. Na 13 de Julho o que fede não é o mangue, fedem os esgotos que enchem o manguezal de porcarias
que agora os estão matando. Uma parte do
mangue da 13 está morrendo. Quem passa
pela beira mar em direção à Atalaia, logo depois da curva do Iate, começa a
ver o lado norte do manguezal quase
inteiramente morto, as árvores altas , boa parte delas já está seca, sem
folhas. Pode ser a sujeira, pode ser
também uma questão de aeração, de chegada das águas do estuário naquele ponto.
O mangue precisa ser urgentemente protegido e recuperado, tal como foi feito
com um outro o do Trmanday, que escapou após a abertura de canais, mas,
outra vez, já está definhando. Aracaju está longe ainda daquele percentual de
área verde por quilometro quadrado.
Desaparecendo os manguezais ficaremos numa situação critica. É preciso
que a rede municipal de ensino comece a conscientizar os alunos sobre a
importância dos nossos manguezais. Assim, crescerá a indignação contra aqueles
que estão tramando para acabar o mangue, ou
os que são responsáveis pelo crime das ligações clandestinas que despejam esgotos nos manguezais, nos canais.
Os candidatos a prefeito poderiam incluir nas suas plataformas a defesa dos
manguezais, as medidas que pretendem tomar para livrá-los da contaminação dos
esgotos. Em lugar de projetos que visem derrubar mangues, o que é vedado pela lei, o mais importante seria traçar uma estratégia
para acabar com os esgotos sanitários clandestinos, numa pareceria entre
Prefeitura- Deso- órgãos do meio ambiente, Ministério Público. A rede de esgotos deverá
ser ampliada, isso levará algum tempo ainda, mas, uma grande parte da contaminação
dos mangues, dos rios, dos canais, do
mar, que ocorre em Aracaju, é o resultado nefasto do despejo criminoso de esgotos clandestinos ,realizado pelas casas,
prédios, fábricas, talvez daqueles
mesmos que tanto reclamam da fedentina,
e que jogam a culpa no mangue.
Se o mangue da
13 de Julho for destruído, milhares de
pássaros, de crustáceos, moluscos,
mamíferos que ali vivem, perdendo o habitat, poderão morrer, e isso amplia a
dimensão do atentado ambiental que estariam tramando. Antes que o crime venha a
ser cometido, é preciso escancarar para a opinião pública as más intenções dos que querem trocar o mangue
vivo por um colossal aterro morto.
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