segunda-feira, 21 de novembro de 2011

MEIO A MEIO POR QUE A SURPRESA?

Preso, o traficante Nem chefe  do tráfico na Rocinha, logo revelou: ¨o lucro do negócio é dividido meio a meio com a Policia¨.  Houve então uma enorme reação de surpresa. Não foram poucos os que se indignaram com a corrupção, com aquela associação ilícita entre responsáveis pela segurança e bandidos. Entre esses indignados, uma boa parte formada cínica ou contraditoriamente,  pelos que, habituados a cheirar, querem ter o pó sempre à mão, mas parecem ignorar que  os seus narizes  alimentam o tráfico,  em última análise,  fazem surgir as quadrilhas, e com elas a corrupção, que não alcança apenas a polícia, como simplificou o traficante Ném ao ser preso. Os tentáculos de um negócio que no Brasil já ultrapassa folgadamente  cifras de bilhões de dólares, não poderiam ficar restritos à relação promíscua entre bandidos e policiais. Eles vão bem mais longe, chegam, sem dúvidas, aos três poderes, seduzem  também  formadores de opinião, afinal, cifras assim tão vistosas não poderiam se resumir aqueles vestígios em dinheiro,  banheiras com hidromassagem, carros importados e motos, além de fuzis e granadas encontrados sempre em quantidade  com  traficantes  refugiados  nas favelas dos morros e das marés. É óbvio que o grosso dos lucros deve estar bem guardado, protegido em outros locais, a salvo das incursões  da polícia. O garoto da favela que entra no tráfico e troca a havaiana pelo tênis importado,  não é o único beneficiário de um portentoso negócio que lhe retirará bem cedo  a vida,   mas, proporcionará aos capos  ocultos uma  dolce vita  de nababos.
O negócio das drogas  ramifica-se com um outro que está também no ranking dos mais importantes do mundo: o tráfico de armas. Este é ainda mais completo e igualmente lucrativo. Dele participam figuras ainda mais poderosas, e que nem sequer se escondem ou fazem questão do anonimato. Exibem-se desenvoltos nos grandes centros financeiros, nos points badalados por onde passam celebridades, são os mercadores da morte. Vendem, de pistolas a misseis. Os fuzis que estão nos morros cariocas são uma ínfima parcela das transações desses negociantes, intermediários ou  donos das poderosas indústrias. Um AR-15 para chegar à Rocinha, sai da fábrica nos Estados Unidos,  deve ter registro, por conseguinte, não poderia passar pelas mãos do contrabandista se não houvesse uma conivência entre a indústria e o tráfico.  Quando eles saem da fábrica, não se quer saber se irão parar nas mãos legais  de forças da segurança, ou se irão para mercenários a serviço de ditadores ou de traficantes. A fatura é a mesma ,  não importa o destinatário. Por isso, drogas e armas se tornam negócios distintos,  mas, tão imbricados que exigem parcerias  múltiplas. Daí a necessidade da  corrupção, porque não podem sobreviver sem que os organismos da segurança sejam aliciados, sem que os órgãos do Estado se tornem cúmplices.
Não há, por conseguinte, motivo para surpresas ou indignações. Surpresa, grande mesmo, seria se o tráfico agisse absolutamente sozinho, sem coadjuvantes,  parceiros diretos no crime, além dos milhões de narizes que não param de cheirar, os parceiros indiretos. E  como não param, o tráfico não acaba. O que se faz no Rio de Janeiro,   com a competência e o comando firme de um  Secretário como Jose Mariano  Beltrame   não vai acabar o tráfico de drogas, vai apenas fazer o essencial, que é assegurar a indispensável presença do Estado no território onde antes era terra sem lei, dominada por bandidos.


O TREM BALA E O NOSSO  ¨MARIA FUMAÇA¨ (I)

A presidente Dilma Rousseff já deve ter aplicado naquele  bilionário projeto do ¨trem bala¨   aquele recurso, que, na linguagem jurídico popular se denomina  ¨embargo de gaveta ¨.   Assim, igual à compra dos caças  supersônicos, a ideia do trem velocíssimo entre Rio e São Paulo dormitará esquecida na mesma gaveta.    A aquisição das sofisticadas máquinas voadoras de guerra, adiada por mais um ou dois anos, e o  velocíssimo e dispendioso trem, se o bom senso   prevalecer, acabará mesmo definitivamente arquivado.  Será, para a presidente que parece ser extremamente cartesiana,  um alívio racional, deixar de lidar com um projeto que encarece a cada dia, que  pela frente só tem encontrado obstáculos, e, ainda mais, já saltou da casa inicial dos 15 bilhões para mais do que  o dobro do valor, sem que a relação custo beneficio possa ser matematicamente demonstrada. O trem de alto desempenho uniria as duas maiores cidades do país, não se definiu ainda se passaria também por Campinas, aliás não se definiu praticamente nada, além do anuncio envolvido nas dúvidas abismais sobre variação do custo da obra. Correndo a 400 quilômetros por hora,  o ¨bala¨ faria o trajeto incluindo Campinas, em cerca de duas horas.    Quando a velocidade baixa para algo em torno de trezentos quilômetros, o preço final do projeto cai pela metade, o que demonstra uma carência absoluta de lógica, quando se tenta, a preço tão elevado, chegar a um ganho irrelevante de tempo. Parece que o ¨trem bala ¨seria assim  como um Maracanã do século XXI, algo de que pudessem se orgulhar os brasileiros.    A nossa autoestima não anda mais em patamares tão baixos, a exigir um colosso de trem de quarenta bilhões de reais para fazê-la elevar-se um pouco. O tempo ,  a luta do povo,  e aquele ex-barbudinho,   Lula, (  que a barba lhe  volte logo ) nos  fizeram superar definitivamente o complexo de vira latas. Nem precisamos de nada mais a exibir, principalmente, se for à custa de sacrifícios e inversão completa de prioridades.
Se tivéssemos, rodando sobre trilhos por todo o país trens com velocidade entre cem e cento e vinte quilômetros por hora já estaria de bom tamanho. Um trem assim, completaria o percurso entre Porto Alegre e Belém, com paradas e tudo o mais em menos de uma semana. Entre as grandes capitais, caso do Rio e São Paulo,  um trem  entre 200 e 250 quilômetros por hora já  reduziria  muito a pressão sobre os aeroportos,  aliviaria  o tráfego nas rodovias,   reduziria, com fretes mais baratos, o impeditivo custo Brasil. Temos hoje apenas 24 mil quilômetros de ferrovias, e desses, pelo menos 5 mil estão inutilizados. Precisaríamos,    pelo menos, triplicar essa rede , e isso exigiria investimentos superiores a 130 bilhões . Um país como a França, aproximadamente do tamanho da Bahia, tem mais do que o dobro  de quilômetros de trilhos do que o Brasil. A Rússia, aquela imensidão, não tem nem projeta nenhum trem bala, mas é possível viajar-se de Moscou a Vladivostock no extremo leste da Sibéria, coisa de uns seis mil quilômetros em menos de uma semana. Entre Moscou e São Petesburgo há o mais rápido dos trens russos, percorre   mais de  600 quilômetros em quatro horas,  é confortabilíssimo e pontual, como todos os trens europeus.
Em Sergipe, restam-nos, totalmente abandonados, cerca de 400 quilômetros de trilhos, coisa das antigas locomotivas a  vapor, as madorrentas  Maria Fumaça, lá do inicio do século passado. Em meados da década de cinquenta a Leste Brasileiro modernizou a ferrovia, introduzindo locomotivas a óleo e carros bem mais confortáveis para passageiros. Lembra o nosso memorialista maior, Murillo Melins:  ¨Nos anos 40 viajei     algumas vezes nos Maria Fumaça. O trem deixava a estação de Aracaju, ali, onde fica o Mercado, pelas cinco da tarde, às onze  da noite chegava a Itabaianinha, e por volta das nove chegava à Estação de calçada em Salvador. O trajeto era sempre animado, jovens elegantes,  enfatiotados em ternos brancos usavam guarda –pó para livrar-se da fuligem que se despejava  da chaminé, e invadia as vezes os vagões com janelas abertas para que diminuísse o calor. Durante as paradas nas estações o trem  reabastecia-se de lenha e água, pessoas embarcavam e desembarcavam, cargas entravam e saiam;  quase sempre, nas plataformas, moças usando seus melhores vestidos esperavam namorados, ou apenas flertavam com os rapazes no trem. Os play-boys da época costumavam alugar um vagão inteiro para  a viagem festiva com namoradas e  amigos num clima de muita alegria.¨.
Murilo Mellins , ao relembrar, não nos leva a um tom saudosista, apenas, um registro histórico  a revelar o descaso enorme  que acabou por inviabilizar o transporte ferroviário no Brasil.
É tempo agora de reativá-lo, com visão estratégica de Brasil,  o que, de saída, nos obrigaria a arquivar o trem bala em função de conquistas bem maiores, integrando as regiões, criando novas alternativas para transporte de gente e de carga, livrando- nos do caos que já se desenha nas estradas e nas cidades.( Continua domingo)

SAEM OS POLÍTICOS ENTRAM OS BANQUEIROS

As chamadas  grandes democracias estão mudando a roupagem clássica que sempre ostentaram, e as crises levam-nas a adotar um figurino assim parecido com o das ¨bananas republics¨ que eram tão execradas. Nos Estados Unidos o movimento legítimo, popular , legal e democrático do ¨Ocupe Wall Street, está sendo reprimido de forma violenta pela polícia. Os manifestantes que expressam o sentimento de indignação que percorre o  primeiro mundo até tiros em plena rua já levaram do aparato policial .  Se uma coisa dessa  acontecesse na Venezuela de Huigo Chavez, logo a grande mídia internacional estaria denunciando as  violências do ¨ditador¨. O pau também está comendo nas ruas madrilenas, em Londres, Paris, Berlim, nas capitais de Estados falidos,  Atenas e Roma. Até golpe parlamentar já aconteceu, quando trocaram Berlusconi , fascista eleito, por outro primeiro ministro, banqueiro não eleito, e na Grécia, saiu Papandreu, eleito, e entrou um não eleito, por sinal executivo da Coca- Cola. Então, com banqueiros e executivos da Coca- Cola a Europa começa a tentar sair do atoleiro onde lhe enfiaram os mesmos que agora lhe dão a receita de salvação.  Vão prescrever, como sempre, sacrifícios para o povo, restrições, contenções, enorme austeridade, desemprego. Ou seja,  vai bater  mais fome na casa do pobre, vai cair o padrão de vida da classe média, todos os gregos ,  italianos,  irão empobrecer,  também espanhóis, portugueses,  vítimas da irresponsabilidade das finanças globalizadas,  duplamente penalizados porque pagarão a conta  da recuperação.    A Europa temporariamente será salva, depois, a banqueirada volta a agir com desenvoltura , a quebradeira retorna, o ciclo se repete.
Faltam estadistas para que a crise seja enfrentada, ou seja, faltam estadistas para colocarem um freio na libertinagem da agiotagem  global.



OS CAMPI E AS TRANSFORMAÇÕES

Acertou, o governador Marcelo Déda,  quando fez uma parceria com o reitor  Josué Passos para levar vários campi da UFS ao interior do estado. Lagarto, que tem o campus da saúde, vive agora uma movimentada fase  de preparação da sua estrutura urbana para hospedar as centenas de estudantes dos cursos que ali irão funcionar. Houve uma considerável valorização dos imóveis, terrenos principalmente, onde começam a ser construídos pequenos prédios que formarão as ¨repúblicas ¨universitárias. De um modo geral a economia do município é beneficiada com a presença de professores, de funcionários, pessoal com renda relativamente elevada,  centenas de estudantes, tudo enfim, gerando um novo dinamismo para o município, que também se firmará como polo de ciências da saúde, o que se tornou possível, em virtude também, da instalação pelo estado do moderno hospital já em funcionamento.
Em Poço Redondo no sertão sergipano, onde os índices de qualidade de vida melhoraram nos últimos anos, a instalação do campus do Instituto Federal de Sergipe  vai começar a provocar os mesmos sintomas positivos de desenvolvimento. Atendendo uma  solicitação do prefeito Frei Enoque o governador manteve contato com o presidente da CHESF, e aguarda uma definição  da empresa sobre o pretendido apoio para que se instale no campus da IFS uma escola de engenharia elétrica.

 ¨FIEL DEPOSITÁRIO¨
Conceituado empresário sergipano  estabeleceu um ¨acerto¨ com um conhecido político para lhe  ¨transferir¨,  todo mês, uma determinada quantia em espécie. Transcorreram alguns meses e o político não apareceu para levar a sacolinha.  Um dia, ele com ares de muita importância, chegou solenemente e foi logo dizendo: ¨eu não vou levar agora o numerário, você continua guardando aqui mesmo. E quero lhe advertir: você é o  meu fiel depositário.

ANA LÚCIA ANTECIPA PROPÓSITOS
 Caso venha a ser eleita prefeita de Aracaju a deputada Ana Lúcia já tem definidas algumas decisões que deverá tomar nos primeiros meses. Desprezará a ideia de aterro sanitário como destino para o lixo, um antiquado e superado procedimento, e trabalhará num projeto para instalação de uma indústria de beneficiamento do lixo. Já fez visitas a alguns projetos similares em andamento e formou a convicção de que a ideia é viável,  é o melhor e mais correto caminho para o destino final do lixo urbano.  Também fará  um planejamento racional e técnico para o caótico transito de Aracaju, contratando uma consultoria especializada. Retirará de imediato os guardas que estão na rua com caderninhos na mão exclusivamente para multar, e os colocará com apito na boca nos locais de maior engarrafamento para fazer o tráfego fluir mais livremente. Quer também, a deputada ,  se for prefeita,  dar à Guarda Municipal a responsabilidade de zelar pelos logradouros públicos,
 auxiliando  a polícia na segurança da cidade.


JOÃO ALVES E  O POVO NA PRAÇA

Garantem os partidários do engenheiro João Alves Filho que, se ele ainda tinha alguma incerteza sobre a sua candidatura  a prefeito de Aracaju, as duvidas desapareceram de vez. Isso teria acontecido naquele evento  organizado pela Igreja Católica em que estavam presentes milhares de fieis,  o Arcebispo Dom Lessa, o bispo auxiliar Dom Henrique, e várias autoridades. Quando o nome do ex-governador foi citado pelo mestre de cerimonias, houve uma forte manifestação de continuado aplauso. Naquele instante, João definiu a candidatura, e já começou a trabalhar para somar partidos ao seu arco de alianças.

 OUTRO ENGENHEIRO NA DISPUTA
 Foi na undécima hora. O engenheiro Valmor  Barbosa  Secretário de Estado da Infraestrutura, filiou-se ao PT. Teria recebido um aceno forte para que assim procedesse. Valmor,  que vem conseguindo agilizar o ritmo das obras públicas,  desenvolvendo importantes projetos, seria uma reserva estratégica para o caso de vir a ser politicamente recomendável a apresentação do nome de um técnico para a disputa pela prefeitura da capital. Ele seria, na visão de alguns setores do PT, um nome adequado para debater com João Alves projetos para Aracaju.

O PSDB E JOÃO ALVES
  Adierson   Monteiro, empresário  que sempre teve uma  preponderante veia política, se diz satisfeito por ter continuado no PSDB. Esse é o mesmo sentimento do ex-prefeito de Riachão do Dantas e ex-deputado Roberto Góis. Os dois, egressos do antigo PSDB de Albano Franco, e dele muito amigos, estão muito bem afinados com o dirigente do partido, o ex-deputado Jose Carlos  Machado. Segundo Adierson Monteiro,  que é respeitado por ser um homem de palavra firme, o compromisso que ele assumiu para apoiar João Alves a prefeito de Aracaju será integralmente cumprido.

UM CHAMPAGNE EM PARIS
 Nessa terça-feira, dia 22, tem muita gente que pretende acordar mais cedo para compensar o fuso horário e telefonar a Albano Franco, que festeja em Paris mais um aniversário. Está acompanhado de filhos e netos , este ano, certamente, livre do incomodo e desgastante peso de carregar um PSDB que lhe exigia ser de oposição. Albano, que é figura festejada em todo o país, caso não desligue o telefone, nem terá tempo para tomar o champagne, ¨ celebrando a vida¨  como diria a colunista Thais Bezerra.

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