Em 1938 um grupo de jovens entusiasmados com as perspectivas da aviação, resolveu criar, em Aracaju, o que seria o terceiro Aeroclube do Brasil. Assim, com a pertinácia de Walter Baptista e tantos outros, surgiu o Aeroclube de Aracaju. Já tendo formado pilotos e dispondo de uma razoável flotilha de frágeis monomotores, o nosso Aeroclube literalmente entrava na guerra. Seus aviões localizaram no mar os 5 navios torpedeados em agosto de 42 por um submarino alemão. Pouco depois, o Brasil declararia guerra aos países do chamado Eixo, a Alemanha, o Japão e a Itália. Os pilotos do Aeroclube de Aracaju ajudaram no salvamento dos náufragos, na localização de corpos e no patrulhamento marítimo. Houve atos de heroísmo naqueles instantes de medo e morte. Tempos depois, o Aeroclube entrou em decadência, para reviver no inicio da década dos 70. Os sócios se juntaram e fizeram doações, o governador Paulo Barreto de Menezes ajudou, e foi comprado um Cessna-140. A escola de pilotagem voltou a funcionar. O senador Lourival Baptista conseguiu no DAC um Paulistinha . Depois, com os sócios também se cotizando, e o então prefeito Heráclito Rolemberg dando apoio, um outro Paulistinha foi adquirido. Durante o governo de Paulo Barreto o estado transferiu para o Aeroclube o terreno onde estão as suas instalações, e desmembrou uma área para localizar uma pista de kart. A doação foi em caráter precário, com a cláusula de que o governo poderia retomar a área se ela se afastasse das suas finalidades, ou o estado dela precisasse fazer uso, neste caso, cedendo ao Aeroclube um outro local com pista de pouso construída . Algum tempo depois, o terreno do Aeroclube começou a ser desmembrado indevidamente. Um dos seus dirigentes construiu um enorme galpão e instalou uma loja de materiais de construção. Depois, a invasão foi prosseguindo, porque, dizia-se, aquilo rendia dinheiro para a manutenção do clube. Agora, há uma diretoria que se perpetua há mais de vinte anos, mas o Aeroclube está praticamente paralisado. Tem 2 aviões Aeroboeiros, que necessitam reparos para voltarem a voar. Há um grupo interessado em instalar no local uma Escola de Aviação, há o próprio estado que tem hoje um Grupamento Tático – Aéreo da Polícia, e necessita usar a área dispondo de mais espaços, mas, as construções feitas irregularmente impedem. Assim, o decadente Aeroclube, sem conhecer renovação, quase para mais nada serve. O estado tenta agora através da PGE reaver a área, o que seria uma boa providencia, desde que preservados interesses, sendo assegurada a manutenção do Aeroclube e tudo mais o que for necessário para incrementar as atividades aéreas. Para simplificar as coisas, os próprios sócios poderiam destituir a diretoria apática que se transformou em ¨proprietária ,¨ e trocá-la por outra interessada em abrir as portas do Aeroclube aos novos tempos.
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