A noite de autógrafos, na quinta-feira, foi uma espécie de consagração do escritor, daquele que resolveu devassar a beleza, os mistérios, os heroísmos, os sofrimentos, a revolta e a resignação do sertão e dos sertanejos. Alcino Alves Costa estava feliz, autografando o seu mais recente livro, Lampião em Sergipe. Dezenas de pessoas, escritores, intelectuais, autoridades, amigos, muitos amigos, sertanejos, a maioria deles, uma delas, foi até vestida com a indumentária dos cangaceiros, parecia uma rediviva Maria Bonita; todos, estavam lá para prestigiar o velho pesquisador, o homem para quem os sertões de Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, tornaram-se veredas, de tão palmilhadas, quase intimamente conhecidas. Ele sabe onde fica aquela ainda resistente casinha, aquela idosa, aquele idoso, que estiveram no cenário lampionico, que viveram, e são, como participantes ou vítimas daquela saga de violências, parte da forja de onde saiu o caráter nordestino. O livro mais recente, conta, relembra, revive, sobretudo interpreta, com a sensibilidade de uma sociologia telúrica, a peculiaridade nordestina, aquela que um Ariano Suassuna cultiva, e que historiadores como Alcino põem em destaque , seguindo a trilha catingueira que um paulista, Euclides da Cunha, veio aqui começar em tempos turbulentos, dos heroísmos e das ingenuidades conselheiristas, sem esquecer de fustigar os ¨crimes das nacionalidades¨, dos quais, infelizmente, não escapou a nascente República. Euclides deu o rumo. Gente como Suassuna, e por aqui, felizmente, como Alcino e tantos, tantos outros, anda, nordestinamente, a seguí-lo.
Parabéns Alcino...
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