segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A POSSE DO POETA QUE É JUIZ


 A Academia de Letras de Sergipe vive um bom momento. Há gente portadora de excelente currículo cultural entrando, substituindo outros, do mesmo naipe, que se foram.
 A  imortalidade acadêmica é assim mesmo, tão efêmera quanto a própria vida.
Quinta-feira á noite no auditório do Tribunal Regional Eleitoral,  que a desembargadora Suzana  Carvalho de Oliveira fez preparar com organização primorosa, a plateia de autoridades, amigos, militantes da cultura, ouviu  dois marcantes discursos. O do empossado, o Juiz que também é poeta, Anselmo Oliveira, e outro do acadêmico que o   saudou, o advogado, professor e escritor Jose Lima, dorense   extremado, fundamentalista telúrico,  que se derramou numa poética dissertação sobre a  Capela, terra do imortalizado,  mostrando conhece-la tanto ou até mais do que a sua Nossa Senhora das Dores.    Com voz clara e forte de barítono, manteve os espectadores  atentos, quase hipnotizados,  enquanto o tempo apenas fluía.
Jose Anselmo de Oliveira, o Juiz e poeta agora imortal, traçou um panorama da sua vida,  que é toda ela uma trajetória marcada pela ânsia de devassar  fronteiras da cultura. Fez teatro, como ator e autor, fez cinema, foi agitador cultural  na década dos setenta, ligado a tantos que  ousavam tentar dissipar o cinza escuro dos horizontes  com o clarão da arte. Foi jornalista, fez e faz hoje poesia, e, depois de iniciado na magistratura, concentrou-se em aprimorar o saber jurídico, e tem produzido trabalhos  que o fazem merecer o reconhecimento de um jurista renomado como Ives Gandra Martins.
O pianista e engenheiro químico Zenóbio Alfano,   bruxo  da alquimia dos teclados , criando a  sonoridade dourada que os anglo- saxônicos chamam de ¨blue note ¨,  amigo de Anselmo, deu-lhe um presente . Ao final da solenidade, durante o movimentado coquetel,  fez música até a madrugada com o seu conjunto. Era o que faltava para  o clímax da festa.
O presidente da ASL  Anderson  Nascimento acrescentava ao clima daquela noite a excelente notícia de que a biblioteca da ASI, vai ser aberta  ao público. São mais de 14 mil volumes que estão sendo agora devidamente catalogados por técnicos da Universidade Federal de Sergipe.

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