É sem duvidas salutar e até indispensável esse debate que agora finalmente se realiza com amplitude sobre o destino do lixo coletado na grande Aracaju. Quer o prefeito Edvaldo Nogueira cumprir o prazo estabelecido em lei para que até 2014 desapareçam os vergonhosos lixões que nos colocam no mesmo nível do desafortunado Haiti. O prefeito está determinado a criar um aterro sanitário no vizinho Nossa Senhora do Socorro, alega que já tem os recursos e a área escolhida seria a ideal. Encontra resistências na ADEMA que enxerga sérios problemas ambientais irresolvidos, e ao que se informa, também do prefeito de Socorro Fábio Henrique, até mesmo porque é corriqueira essa aversão de prefeitos a permitirem que seus municípios se transformem em receptores de lixo urbano produzido em outras cidades. Festeja agora o prefeito Edvaldo Nogueira o aval que teria recebido do Ministério Publico que até teria chegado a considerar o aterro sanitário como um avanço digno de primeiro mundo. Nos países do primeiro mundo que se destacam pelo avanço nas políticas ambientais, aterro sanitário é visto como alguma coisa já superada, difícil de ser encontrada na Suécia, Noruega, Holanda, Finlândia, Áustria, Suiça e tantos outros, que descobriram no lixo um potencial enorme para a geração de energia, de vários outros produtos, e assim, transformam um estorvo em insumo valioso que gera riqueza e empregos. Aqui, ainda estamos pensando em enterrar lixo debaixo do chão para criar futuramente insolúveis problemas ambientais, coisas bem assemelhadas ao ¨Morro do Bumba¨ em Niterói, antiga lixeira onde foram construídas residências, e depois, com a chuva tudo desmoronou, causando várias mortes, isso sem contar a contaminação de lençóis freáticos, e de tantos outros males que os agora decantados aterros sanitários não evitam. Não é possível , nesse limiar de um novo século, de um novo milênio, não termos a capacidade de buscar a inovação, de ousarmos entrar na modernidade, e fiquemos paralisados sobre aterros sanitários, imaginando que só eles representam uma solução possível. Em Lagarto o prefeito Valmir Monteiro resolveu acreditar em um projeto de utilização do lixo de forma mais racional, e lá já está sendo instalada uma Usina de Lixo. Não é possível que aquela e tantas outras experiências inovadoras e certamente factíveis, estejam sendo ignoradas enquanto parece que estamos conformados a agir como avestruzes, enterrando a cabeça, no caso, literalmente no lixo.
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