sábado, 9 de julho de 2011

INVERNO SECO, SAFRA PERDIDA


O mês de junho que findou foi o mais seco dos últimos dez anos. Os pluviômetros da região da Cotinguiba, onde os grandes canaviais precisavam de chuva, registraram precipitações apenas beirando os cem milímetros. Na moagem que se fará no verão a sacarose das canas será menor, e assim, também reduzida a produtividade das usinas. Mas a grande perda, a enorme ou total perda de safra, acontece em todo o semiárido, onde junho foi rigorosamente seco, e maio com poucos pingos. Perdeu-se em Monte Alegre, Porto da Folha, Poço Redondo, Canindé do São Francisco, toda a safra de milho. Salva-se uma parte dela em Nossa Senhora da Glória, na faixa de transição do agreste ao semiárido, de Frei Paulo, Aparecida, e perdeu-se porcentagem felizmente menor em Simão Dias, Pinhão, Poço Verde. Este ano Sergipe estará bem longe de repetir as portentosas safras de milho dos últimos quatro anos.
No semiárido, além do prejuízo, fica a antiga lição que deveria ja ter sido aprendida: não adianta tentar sobreviver plantando milho e feijão aleatoriamente, esperando chuva numa região onde ela é sempre escassa e incerta.
É preciso mudar o acanhado e fracassado modelo econômico daquela região. A pecuária leiteira, desde que haja suprimento de água, com alguma salinidade, que não é tão difícil de armazenar no semiárido, e a plantação intensa de forrageiras xerófilas, é a grande alternativa, além do aproveitamento intensivo das margens do nosso grande rio, poços artesianos, barragens nos rios intermitentes, açudes. Esse novo modelo começa a ser construído.

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