domingo, 10 de abril de 2011

O PISO E AS PREFEITURAS


O piso salarial dos professores que o Supremo Tribunal Federal agora garante, é quantia demasiadamente pequena para remunerar o trabalho de um professor. Trata-se, apenas, de uma tímida tentativa de recuperar o longo tempo de esquecimento em relação aos mestres, o que significa também dizer, desprezo absoluto pela educação. Mas se a quantia é ainda muito pequena, grande é a penúria de boa parte das prefeituras brasileiras. Muitos prefeitos, mesmo aqueles que não fazem parte da numerosa quadrilha de assaltantes dos cofres públicos, terão dificuldades para cumprirem a lei do piso. Vão ter de demitir aquelas pessoas, que, imagina-se as vezes, são as beneficiadas pelo empreguismo eleitoreiro,ocupando cargos em comissão mas,que na maioria dos casos se tornam funcionários das prefeituras porque nos municípios mais pobres existe um a insuperável carência de empregos, e quase sempre, é a prefeitura que supre parcialmente a carência.
Esse é um aspecto do círculo vicioso da pobreza do qual ainda não conseguimos escapar, embora tenham ocorrido avanços consideráveis. Claro que os professores não iriam abrir mão do salário ao qual têm direito, e que é, ainda, quase um acinte à dignidade de quem cumpre a árdua missão de educar, mas que no momento, seria o possível, ou até impossível para tantas prefeituras.
O Ministërio Público terá, ou deveria ter. muito trabalho para acompanhar a situação de cada prefeitura e verificar onde há mesmo dificuldade real para o pagamento do piso, e buscar soluções compartilhadas. É preciso, também, identificar aquelas prefeituras onde a recusa ao pagamento do piso decorre, somente, da devastação provocada pela corrupção além dos limites.

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