sexta-feira, 11 de novembro de 2016

O RIO A CODEVASF E OS NOVOS CORONÉIS

Sobre o senador Valadares disse certa vez um saudoso e exemplar político sergipano, que dele foi adversário e também aliado: ¨O senador Valadares as vezes me parece não estar à altura do Senado, e eu o enxergo do tamanho do Pau de Leite, da Feira da Rôla e do Brinquinho, os povoados simãodienses onde ele passou a infância¨.

Semana passada esteve em Aracaju uma senhora cujo nome não é ainda bem conhecido. Ela veio para uma solenidade na sede aracajuana da CODEVASF. O ex-deputado Jorge Araújo, arguto observador notou que de Aracaju ela retornou a Brasília, não se dando sequer ao trabalho de ir ver de perto as instalações da CODEVASF, às margens do Velho Chico, para ali, constatar de perto tantos equívocos, tantos erros acumulados, que existem e devem ser consertados. 

A indigitada senhora, agora presidente da CODEVASF, não deve ter plena liberdade para agir, fazer, mudar, dar novos rumos a uma estatal problemática. Ela era uma funcionária do gabinete do senador Valadares, que agora, com o aliado senador Amorim, tomaram ares de coronéis da Velha República. Alçada a um posto que jamais esperaria alcançar, embora digam que teria bons conhecimentos de contabilidade, a funcionária  foi ao mapa para localizar onde ficavam mesmo o São Francisco e o Parnaíba, de cujos leitos e bacias teria de cuidar. 

Talvez, pensando em suprir essas deficiências, o senador Valadares providenciou contratar  um servidor  para dela ficar bem perto. O nomeado foi exatamente um cunhado dele, que, sendo sergipano, deve saber onde fica o São Francisco. Atendendo objetivos imediatos o senador Valadares providenciou, também, a nomeação para Brasília de pessoas ligadas aos cabos eleitorais que se dedicavam à campanha do seu filho.

Retirando recursos que deveriam garantir o funcionamento do campus do sertão da UFS, e também que viriam para a construção desse tão polemizado Hospital do Câncer, o senador Valadares presenteou o seu novo objeto de absoluta adoração, a CODEVASF, com cem milhões de reais. Não é dinheiro para Sergipe somente, irá quase todo para os sete estados que integram as bacias do São Francisco e do Parnaíba, rios dos quais cuida ou deveria cuidar a CODEVASF, uma estatal que necessita muito mais de uma avaliação criteriosa sobre as suas duvidosas realizações, do que de dinheiro para persistir nos mesmos erros. 

Por episódios assim, parece que a observação do saudoso político sergipano adquire plena verossimilhança.

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