Refundar o PT, hoje tão malsinada sigla, não será tarefa das mais fáceis. Os que fazem parte da elite rançosamente conservadora, nunca engoliram um partido que teve a ousadia de denominar-se dos trabalhadores. Isso, como se todos nós não fossemos trabalhadores, em qualquer atividade que estejamos a laborar.
O PT, apesar de tudo, tem história e tem importância na formatação do nosso modelo democrático, que não deve resumir-se apenas ao que pensa e fazem as classes dominantes. Mas o PT foi irremediavelmente marcado pela roubalheira, ultrapassando os níveis daquilo que era habitual, e até tolerado.
Em Sergipe, onde o partido foi destroçado após a morte de Déda, não haverá muito o que fazer, permanecendo o comando nas mesmas mãos. A eleição de Eliane, a viúva de Déda, na chapa de Edvaldo, daria a ela a legitimidade para pleitear a liderança do partido. E viria a reconstruí-lo num modelo em que a ética prevalecesse.
Eliane poderia dar atenção maior aos segmentos intelectualizados com disposição para esquecerem os envelhecidos chavões, adaptando-se ao que os novos tempos exigem: uma esquerda que pense, que proponha, que aja como força responsável, transformadora e lúcida da sociedade, livre do viés de controle ou aparelhamento político do Estado.
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