Formou-se o que de pior poderia acontecer às
nossas até agora aparentemente sólidas instituições republicanas. Instalou-se o
imbróglio entre poderes, e já se chegava a prever que acabariam, os três,
engalfinhando-se num duelo insensato.
Claro, o presidente do Senado não poderia
deixar de sair em defesa do poder que representa, mas, foi desastrosamente
infeliz ao chamar de ¨juizeco¨ o magistrado que autorizou a invasão do Senado.
Ai vem o STF através da decisão sábia do
ministro Teori Zavascki e suspende a operação
policial autorizada pelo Juiz chamado de
¨juizeco¨. Parece que o Supremo reconheceu,
assim, que o Juiz não poderia ter autorizado a invasão policial a um poder da República.
Tal medida seria competência exclusiva do STF, que foi ignorada pelo Juiz de
primeiro grau.
Vieram os bombeiros e apagaram o fogo já
ameaçava derreter o preceito constitucional sobre a independência e harmonia
entre os poderes.
Se dependesse do Ministro da Justiça, que
tresanda fascismo, e parece não ter nenhuma devoção pelo Estado Democrático de
Direito, a complicação teria sido bem maior.
Entrou em cena o presidente Temer.
Com habilidade abafou a crise e
conseguiu juntar em torno de uma mesa, ele, a presidente do STF, tão
indignada com o depreciativo e inoportuno ¨juizeco¨ e ao seu lado o criador do neologismo infeliz, mas que não foi
infeliz ao defender o poder que representa.
Há no Senado uma parcela do lixo político
tornando os brasileiros indignados com a política. Por isso, agentes federais
entrando Senado a dentro sem pedir licença,
representa, para muitos, a melhor
forma de sanear a detestada lixeira.
Mas o lixo lá foi colocado pelo voto do povo,
e isso legitima e deve fazer respeitado o poder. A instituição Senado Federal é permanente, o
lixo que eventualmente lá se encontra é passageiro. O eleitor é convocado a ser
o lixeiro da República.
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