domingo, 7 de agosto de 2016

OS INCÔMODOS AO LADO DO CANDIDATO



OS INCÔMODOS  AO
LADO DO CANDIDATO
Já disse alguém, e não foi nenhum desses enfatuados  cientistas políticos: ¨ Candidato deve fazer como prostituta, fingir que goza .¨
De certa forma a política é a própria arte do fingimento, pelo menos quando ela tanto se desvirtua, como vem a ser o nosso caso, quando política e lupanares se assemelham.
O deputado Valadares Filho  é um jovem que tudo aprendeu acompanhando o pai, o  senador  Valadares,
 que tem mais de 50 anos de vida pública, e sem manchas graves que o desmereçam.   Vem de uma família com tradição política. Seu avô, Pedro Valadares,  foi um produtor de algodão. Pela forma como conduzia os seus negócios,  pelo trato solidário que ele e sua esposa Dona Caçula tinham com o povo pobre simãodiense ( naquele tempo pobre quase não comia e vestia-se com trapos)  abriram um espaço no cenário político municipal e se tornaram respeitados líderes. Pedro faleceu precocemente, Dona Caçula tornou-se a matriarca forte que manteve viva a liderança política da família.
Valadares Filho começou a vida publica no  Partido Socialista Brasileiro, no qual seu pai ingressara depois de afastar-se da área conservadora , reatar os laços rompidos com Jackson Barreto  e formar, com  o PT, um bloco que se propunha a renovar e revitalizar a política sergipana.
Quem está num partido que se intitula socialista, necessariamente, terá de colocar sobre  a sua trajetória política, pelo menos ,   uma réstia que seja daquilo que para a civilização ocidental significou o iluminismo,  a clarificação das mentes, a idéia de justiça,  a demolição do conceito de poder absoluto como dádiva divina, e a arte da política começou a diferenciar-se do manejo dos punhais e  da manipulação de venenos.
Hoje, essas questões  que dizem respeito à própria dignidade humana, e que eram fundamentais na época, adquiriram outra roupagem e permanecem mais desafiadoras do que nunca, principalmente para nós brasileiros.
É preciso fazer a reforma política,  renovar a política, é preciso  restabelecer a credibilidade dos políticos, limpar do palco da vida pública, pelo voto popular, as excrescências que nele  ainda permanecem.
Valadarizinho, jovem e socialista,  sem manchas de indignidades cometidas na vida pública, poderia tornar-se um porta – voz  acreditado dessas idéias.
Mas, como fará agora ouvida e insuspeita  a sua voz, tendo ao lado, como grande articulador,  um aliado   repleto de vastas ambições e destituído de idéias construtivas, ou, no mínimo, livres de suspeição ?
Foi exatamente por não terem sido atendidas as suas ilimitadas pretensões na Prefeitura de Aracaju, que Edivan Amorim  rompeu com o  prefeito e ex- sogro  João Alves, e agora quer, vingativamente, sufocá-lo.  Edivan não tem votos, mas sabe, como ninguém em Sergipe, manipular com maestria interesses ululantemente  patrimonialistas.
O retrato dessas manipulações ficou, publica e escandalosamente exibido nas atribulações por que passa o Poder Legislativo, nas agruras que estão agora vivendo os deputados, que, em ultima análise, foram quase  todos  vítimas  das maquinações complicadas de quem controlava 11 partidos, e até a própria Assembléia.
Voltando ao parágrafo inicial dessas linhas, onde houve a comparação do político candidato com a prostituta fingidora, nos vem à memória o caso de uma sensual e bela  moradora de um lupanar freqüentado pela elite aracajuana. Ela tornou-se a preferida de um poderoso  ,  trôpego e exibicionista deputado, com o qual se esmerava mais ainda na farsa  de um orgasmo intenso e ruidoso, todavia inexistente. Depois, como a demonstrar que existe uma dignidade ferida naquelas que comerciam o corpo, a jovem, que fingia prazer escondendo a náusea, corria à uma janela e vomitava muito,  até lhe escorrer a bílis. Existem,  na realidade, como na ficção de Jean Paul Sartre, as Prostitutas Respeitosas. É preciso que a política lhes imite o exemplo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário