segunda-feira, 15 de agosto de 2016

HÁ GANHADORES E ELES NEM SABEM



HÁ GANHADORES E ELES NEM SABEM
Existe, ocultada pela Secretaria da Fazenda, uma coisa que se chama Nota da Gente. Mas, onde estaria mesmo essa nota que seria da gente? Em algum escaninho de alguma sala da Pasta fazendária?
Onde está mesmo aquela nota que serviria, se fosse solicitada pelos consumidores, para reduzir a sonegação que sempre se soube que existia, e existe. A Nota não seria útil para retirar leite de pedra, com a pedra seca pela crise, mas, poderia servir para equalizar o sistema tributário, que é pesado, e se torna ainda mais duro de suportar quando os que pagam correta e pontualmente, inclusive durante a crise, sabem que outros não têm o mesmo comportamento. A campanha, caso fosse elaborada com um mínimo de inteligência, oferecendo prêmios atraentes, sendo intensamente divulgada, motivaria as pessoas a solicitarem a nota fiscal todas as vezes em que fizessem compras, ou se utilizassem de serviços, como os de saúde, por exemplo. Já houve outras iniciativas semelhantes, e foram bem sucedidas. Campanhas assim sempre revelam um custo benefício que as justificariam.
 O secretário Jefferson parece não acreditar nos efeitos da comunicação. Tanto assim, que nunca ocupou um espaço, seja da mídia eletrônica, seja da mídia impressa, para dar, de forma pedagógica e convincente,  explicações para a crise financeira que atravessamos, e que provoca surpreendentes quedas repetidas nos recursos repassados pelo governo federal aos estados e municípios  Com a autoridade de gestor dos cofres públicos, Jeferson, melhor do que ninguém, estaria  habilitado a dar essas explicações, e a dizer, também, porque os outros secretários enfrentam dificuldades para saldar compromissos, tapar buracos das estradas, comprar comida, remédios, atender às demandas da sociedade.
A posição que Jeferson Passos ocupa, exige, impõe, que ele ofereça as explicações públicas devidas à sociedade, e que o faça com clareza, veracidade e espírito público. Se necessário, convocando uma cadeia de rádio e televisão, para mostrar ao povo, o que o povo talvez não saiba: a dimensão exata da crise.  E, resolvendo falar, não adote um tom catastrofista. Pessimismo e lamentações em nada ajudam.
 Os efeitos dessa gangorra nacional de incertezas, recaem sempre sobre os governadores ou prefeitos.  Num desses dias, como em todos os outros em que tanto se esforça para fazer as pessoas entenderem as agruras financeiras que enfrenta, o governador Jackson Barreto perguntou a uma seleta platéia que o ouvia, denotando alguma descrença: “Os senhores acham que eu, filho de uma professora da rede pública estadual, filho de um pai que tinha uma bodega, que trabalhei cedo para ajudar em casa e poder concluir o curso de Direito, que sempre fui político ligado às reivindicações populares, agora, chegando ao governo, e com esmagadora maioria de votos, se tivesse dinheiro em caixa para pagar pontualmente, iria, de propósito, só por maldade, atrasar o pagamento dos servidores?
A Nota da Gente, que emperrou, não andou, caducou, insolveu-se, pode ser uma metáfora do clima lá pela Secretaria da Fazenda.
Semana passada as emissoras de rádio e TV revelavam que existem prêmios não pagos a ganhadores dos sorteios da Nota da Gente. Os prêmios estão disponíveis, e ninguém vai recebê-los.
As pessoas perguntam:
E ainda existe a Nota da Gente?
E ainda existem sorteios? E há pessoas que foram premiadas?
Estaria, essa Nota da Gente no exato lugar onde senta o secretário, escondida por baixo dele? 
Se a campanha não deu certo, por que não lhe dão outro rumo, ou a encerram de vez? 
Será que na Secretaria da Fazenda existe o hábito de conviver com o fracasso?

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