segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A SECA POR SEIS ANOS REPETIDA



A SECA POR SEIS ANOS REPETIDA
Houve prenúncios de um bom inverno. Diziam as previsões: haverá chuva, E ela chegou ainda em abril, e veio forte, numa abertura de inverno  com cara  verão tendo tempestade forte, com trovões  e muita ventania, que até ensopou as terras do semiárido, meiando barragens, num chão quase desacostumado com a água caindo farta, escorrendo rápido, saindo pelos riachos, arrastando paus e pedras. E logo sumiu.  No semiárido é assim. A água se perde, o chão logo resseca. Mas isso foi o bastante para que começasse logo o plantio. De milho principalmente, que faz de Sergipe, tão exíguo, o segundo produtor do nordeste.  Mas a chuva foi escassa e irregular. Este ano, a colheita de milho será em escala bem menor do que nos anos anteriores, e assim mesmo só em Simão Dias, Pinhão, Carira, menos ainda, em Poço Verde. Na parte mais ressequida do semiárido não se colherá uma só espiga.
Vão aumentar as desditas do sertanejo. As vidas dependerão do Bolsa Família, dos aposentados pelo Funrural, que sustentam famílias inteiras. Depois, virá em seguida o seguro safra. Não se sabe mesmo porque se continua tentando plantar milho ou feijão naqueles locais mais ressequidos: Canindé, Poço Redondo, Monte Alegre, Porto da Folha. Na verdade fingem que plantam, e se semeiam, o fazem sem esperança de colheita, pensando apenas no seguro safra.  
Mas infelizmente esse é quase o único modelo de produção adotado, principalmente na  agricultura familiar.
Todos os anos o governo distribui sementes de milho, de feijão, e paga horas de trator para o preparo da terra. A chuva não chega, e tudo se perde. São agora seis anos repetidos.
A Secretária da Inclusão Social Marta Barreto, fez uma análise sobre os resultados obtidos com o milho e feijão, e constatou: o que se gasta com as sementes, é dinheiro perdido. Marta vai entender-se com outros secretários, como Esmeraldo Leal, da Agricultura, para que se tente abandonar o milho e feijão, e se pense na sobrevivência por outros meios, como por exemplo, a pecuária leiteira, a criação de pequenos animais.
As mudanças climáticas no nosso semiárido se processam com uma surpreendente rapidez. Tudo muda no espaço de uma geração. É preciso a elas se adaptar com a mesma rapidez. O que agora se faz em relação aos recursos hídricos, já é uma excelente forma de adaptação.

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