domingo, 17 de julho de 2016

TEMER COM MAESTRIA LIVROU-SE DE CUNHA



TEMER COM MAESTRIA
LIVROU-SE  DE CUNHA
Michel Temer não é um tolo, muito menos uma atrapalhada Dilma. Ele age e manobra politicamente. Sem dúvidas, a presença, a influência, as chantagens de Cunha o incomodavam. Mas ele não o repeliu. Quando a  desdita de Cunha já era fato consumado, Temer, bem ao estilo recomendado pelo Cardeal Mazarin, o recebeu para um jantar reservado no Jaburu, o Palácio do vice que ele ainda ocupa. O vinho deve ter sido ácido ou até azedo, e certamente não houve brindes. Brindar a que ?  Intimamente, Temer estaria erguendo sua taça ao novo tempo de governo que teria com a  anunciada morte política de quem se passava por amigo, mas era, de fato, um personagem viperino com a desfaçatez  astuta dos ladrões enluvados.
Temer não engoliu a manobra de Cunha que lhe impôs um líder na Câmara, o deputado Andre Moura, que ele quase não conhecia, e de repente teve de aceitá-lo como seu líder, ou seja,  o homem de confiança para em seu nome agir entre os deputados. Por outro lado o clima belicoso que Cunha estimulava, a odiosidade que espalhou, e a radicalização levada ao extremo, eram ingredientes não palatáveis pelo acurado senso político de quem acostumou-se à convivência  civilizada, ao diálogo com todas as correntes de pensamento.
O professor de Direito Constitucional arrepiava-se diante dos hábitos truculentos, da maneira sectária como Cunha se comportava,  criando, em torno dele, um coro de desajustados com a  evolução social.
A Centrão que Cunha liderou é o eufemismo criado para classificar a posição propositalmente ambígua quanto à decisões ou compromissos assumidos, inclusive em face da moralidade pública.
No aglomerado do Centrão estão quase todos os deputados investigados pelo Supremo Tribunal Federal, estão os suspeitos de ligações com quadrilhas organizadas, traficantes e malfeitores em geral.
A candidatura de Rodrigo Maia para ocupar a presidência da Câmara , foi avaliada pelo Planalto como a única  que, sendo bem sucedida, teria condições para iniciar o  distencionamento,  a convivência  democrática no conturbado parlamento.  Temer acoplou-se com toda a discreção possível à candidatura do deputado carioca.  Nos seus ouvidos soprava o sogro do jovem Maia, o ex-governador do Rio Moreira Franco, amigo íntimo , e seu Ministro. E ele soprava  as condições que teria o seu genro para bater Cunha e inaugurar um novo e produtivo processo político na Câmara. Isso ficou bem claro quando Maia pediu o voto ao PT, ao PC do B, sinalizando para aqueles partidos com uma promessa de diálogo e de negociação republicana, um objetivo que deve ter sido traçado pelo próprio Temer, que quer fazer voltar aos trilhos da normalidade a política brasileira, e isso não seria possível com a presença de Cunha.

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