domingo, 24 de abril de 2016

O CAPITÃO BOLSONARO E O DIA DO EXÉRCITO



O CAPITÃO BOLSONARO
E  O  DIA DO EXÉRCITO
No Exército brasileiro não há mais espaço para personagens como o capitão Bolsonaro, ou o seu homenageado, o coronel  Ulstra. Os dois são frutos degenerados de um tempo em que  o antagonismo entre duas formas de civilização vicejou, e em alguns casos, transformou-se em ódio. Foi o tempo em que indivíduos,  por desvios psicológicos ou deformações morais,  se fizeram arautos do extremismo e da intolerância. O fascismo e o comunismo quando chegaram ao poder, se mostraram gêmeos na tentação totalitária, que o primeiro deixava exposta e clara, e o segundo mascarava ,  na utopia de uma sociedade perfeita.
Em muitos e variados casos a luta política foi substituída pelo fanatismo. O coronel Ulstra, assim como o Brigadeiro Burnier, que o sensato Brigadeiro Eduardo Gomes, classificou como ¨ ¨enlouquecido fanático ¨ mesmo em tempos radicalizados tiveram tolhidas as  promoções que esperariam merecer. Mas as Forças Armadas, talvez ainda sob o manto de um espírito de corpo que hoje não mais se justifica, nunca admitiram, explicitamente, que eles fossem assassinos e torturadores. Mas o tempo passou. Os oficiais generais de hoje eram crianças em 64.
A ninguém interessa reviver um antagonismo que não mais existe, até porque, mudaram as condições objetivas da realidade geopolítica mundial, mudaram os comportamentos, alteraram-se os parâmetros para a ação política. Falar hoje em  ¨ ¨ Ditadura do Proletariado ¨ é absurdo tão intolerável quanto a idéia da superioridade racial,  e do Estado Totalitário que o nazi-fascismo proclamava.
Aqui e ali, todavia , ainda subsistem ranços, idiossincrasias, incompreensões , e há um  estranho interesse em ampliar e exagerar esses sentimentos, havendo porta-vozes destemperados de uma odiosidade insensata e  idiota ,  ignorando, de propósito , que a Guerra Fria  acabou.
Um desses ranços ainda se observa em parcelas da esquerda, ou mesmo entre liberais, que desconfiam  do papel a ser exercido pelas Forças Armadas.
Essa desconfiança é tão insensata que uma Ordem do Dia, corriqueira em solenidades como a passagem do Dia do Exército, foi interpretada como  aviso subliminar de que os tanques estavam  esquentando os motores. O general Eduardo Vilas Boas assinou uma Ordem do Dia aprovada pelo  Ministro da Defesa  Aldo Rebelo. O documento para  ser lido nos quartéis, é, tão somente, uma reafirmação, na crise que atravessamos , da obediência da força de terra aos ritos constitucionais, e ainda, uma abordagem oportuna epertinente sobre as dificuldades enfrentadas pelos militares, tanto no que se refere a meios, como aos salários tão defasados.
Passada essa crise, o que por certo se dará sem maiores traumas ( a presidente Dilma viaja aos Estados Unidos e em seu lugar assume o vice Michel Temer, apontado como golpista) porque já temos maturidade suficiente para superar conflitos através da política e das prerrogativas das instituições. Passada essa crise, como dizíamos, é preciso começar a pensar, seriamente, num projeto de Brasil. E desse projeto não pode estar ausente o conceito de defesa nacional. Um país   continente,  que tem interesses projetados pelo mundo ,  não pode prescindir de uma força militar operacional e moderna,com os seus integrantes dignamente remunerados. O Brasil imenso precisa ter garantidas as suas fronteiras extensas, seu espaço aéreo, a vastidão do mar territorial.
Hoje, a idéia de golpe militar pode estar rondando em cabeças  ôcas, mas elas não estão nos quartéis.
 Caricatamente, circulam a paisana, desfilando suas sandices.

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