domingo, 7 de fevereiro de 2016

O POVO FAZENDO O SEU CARNAVAL



O POVO FAZENDO O SEU CARNAVAL
Um sinal eloqüente da capacidade criativa e da resistência do povo brasileiro é a espontaneidade como se faz o carnaval, como se injeta o tempero popular na grande festa brasileira. Se falha o apoio do poder  público nem por isso a festa acaba.Aqui em Aracaju a grande novidade é a multiplicação de blocos , e houve até um padre que canalizou a disposição festeira dos seus paroquianos para a formação de um bloco, exemplo de paz, da alegria imensa que é sempre possível sem excessos. Uma nota destoante foi a proibição emanada do Tribunal de Contas para vedar a festa em muitos municípios, tendo a decisão decorrido de um relatório elaborado pelo SINTESE, o bunker político - eleitoral  da deputada Ana Lúcia. O que o TC poderia fazer seria simplesmente recomendar comedimento com gastos num período de escassez, e, sobretudo, fiscalizar os contratos com bandas e cantores, para identificar possíveis superfaturamentos. Prefeito é eleito pelo povo para exercer a capacidade de decidir, de fazer avaliações de ordem financeira e também política sobre o instante em que se pode proporcionar o pão e o circo, ou, se escasseando o pão, mesmo assim, evitando-se que o circo acabe de vez, e os maus humores ainda mais se ampliem. A legitimidade do voto vem sendo ultimamente invadida com uma resiliência que cresce na proporção em que se dissolve a imagem da política e dos que a fazem.
O “panem et circencis” dos romanos tem algo de sabedoria implícita no que parece ser  apenas cinismo. Burocratas, nem sempre entendem dessas coisas, embora nelas adorem imiscuir-se.

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