sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

A BUATE KISS DE GERALDO ALCKMIN

 A BUATE KISS DE
GERALDO ALCKMIN
 O Museu da Língua Portuguesa agora destruído por um previsível, todavia desconsiderado incêndio, tornou-se,  felizmente sem a carga dolorosa da tragédia humana, uma espécie de Buate Kiss. A buate, para quem não recorda, foi aquela que pegou fogo no Rio Grande do Sul e causou a morte de centenas de pessoas. Constata-se agora, que o morticínio de tantos jovens foi o resultado de falhas,  imprevisões e negligências acumuladas, que já rendem aos responsáveis uma parte das suas vidas a ser passada numa penitenciária.
O incêndio no Museu  causou uma morte e a perda total de um equipamento cultural único no país, e, talvez, sem nenhum semelhante  em todo o mundo. Mas, embora já surjam  volumosas constatações de que houve descuido, e imprevidência, ninguém por isso será condenado.
Não se quer aqui atribuir culpas nem jogar a responsabilidade direta pelo incêndio sobre o governador Geraldo Alckmin, que, aliás, na sua campanha para presidente da República em 2006, exibia o Museu da Língua Portuguesa como uma prova da sua criatividade e capacidade administrativa. O que se estranha, porém, é a sucessão de fatos, tais como a ausência de licença do Corpo de Bombeiros,  o que  revela que o patrimônio público não era segurado; a ineficácia dos sistemas de prevenção e combate ao fogo, e tantos outros fatores que apontam para a desídia.
Sem que se queira aqui defender a presidente Dilma, que se revela mesmo indefensável do ponto de vista administrativo,   indaga-se, apenas, porque o paulista é tão condescendente com Alckmin, e tão intransigente em relação a Dilma.
Além de um Museu que rapidamente se transforma em cinzas, Alckmin recentemente levou o caos à Educação,  durante o qual estudantes apanharam da policia nas ruas, racionou a água nos bairros pobres, liberando-a nas zonas ricas, prodigamente, enquanto escondia a sua imprevidência , que começa pela incapacidade de tratar adequadamente  do Tietê, e de montar um sistema de reservatórios capaz de enfrentar os períodos de estiagens tão recorrentes. Isso, além de tantas outras mazelas.
Alckmin, sem duvidas, é um milagre de sobrevivência política, ou seriam os paulistas milagrosamente  tolerantes em relação ás suas falhas?
 Aqui, o nosso Museu da Gente Sergipana é segurado, uma providencia cuidadosa tomada pelo Instituto BANESE que o mantém e passa por inspeção  periódica do Corpo de Bombeiros. Há também um sistema de prevenção de incêndio , utilização de materiais não inflamáveis, e o zelo diuturno do seu curador, o arquiteto e poeta Ézio Déda, à frente de uma equipe exemplar.
Tragédias podem acontecer a qualquer momento, mas há casos em que  surgem facilitadas pela imprevidência.

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