sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

((4) A CRISE DE SERGIPE DO SONHO AO PESADELO ( final

(4) A CRISE DE SERGIPE  DO
      SONHO AO PESADELO ( final )
 O  que estamos a viver é uma catástrofe. Um tempo de pesadelo apavorante que imaginávamos jamais o Brasil voltaria a viver. Este ano termina com um milhão de postos de trabalho encerrados no país, e as perspectivas para o ano que vai começar são as piores possíveis.
Sergipe, como não poderia deixar de ser, está no meio do turbilhão. Sozinhos dele não poderemos  sair. Todavia, não devemos nos acomodar no conformismo, e a revolta é contraproducente. Uma coisa não poderemos  deixar de fazer: pensar e agir .
Falamos sobre a necessidade de instalar aqui um pólo de energias alternativas. É preciso que comecem  a replicar iniciativas como a do empresário e engenheiro elétrico Ivan Leite, dirigente da Sulgipe. Ele vai instalar placas fotovoltaicas  sobre o telhado da antiga fábrica de tecidos Santa Cruz, paralisada há mais de quarenta anos, e começar a produzir energia solar. A Sulgipe, distribuidora que hoje atende todo o sul sergipano e alguns municípios baianos, criada pelo engenheiro Jorge Leite, pai de Ivan, no seu inicio utilizava a energia de uma pequena hidrelétrica própria, no rio Piauitinga,  construída para atender a demanda da fábrica, mas, que supria também uma parte da demanda da Estância. Ivan começa um projeto cujo objetivo é fazer da distribuidora também uma geradora de energia.
As elevadas tarifas da energia elétrica e o custo menor das células fotovoltaicas, estimulam empresas e pessoas a gerarem a própria energia  e, nesse sentido, o secretário do planejamento João Augusto Gama vem mantendo contatos com empresas interessadas  na difusão e popularização  das tecnologias de energias limpas. O reitor da UFS professor Ângelo Antonioli,  quer fazer parcerias no que se refere às energias alternativas, que ele já começa a instalar no campus do sertão.
 A partir do próximo ano  serão instalados sistemas de células fotovoltaicas e bombas hidráulicas nos poços artesianos  perfurados  pela Cohidro. Isso faz parte de um projeto maior de aproveitamento dos recursos hídricos no semiárido a base para a expansão da pecuária leiteira na região.
As viagens ao exterior sofreram uma queda superior a trinta por cento este ano, e a tendência com a alta do dólar é o crescimento do turismo interno  . Nesta alta estação que começa os hotéis de Aracaju já antecipam taxas de ocupação aproximando-se dos cem por cento.
Aracaju precisa de mais hotéis, o mesmo acontece nas praias, e em Canindé. O Secretário do Turismo Adilson Junior já conseguiu destravar obstáculos e retornou os contatos com o Grupo CVC, que ainda não desistiu do resort na foz do Vasa Barris. A perna norte da Linha Verde costeira, chegando até a foz do São Francisco,  sugere, atrativamente, oportunidades para a instalação de equipamentos turísticos  ao longo do trecho.
A soja proveniente do oeste baiano  que começou a ser exportada  pelo Terminal da Barra dos Coqueiros, é apenas o inicio de uma nova  demanda que o nosso porto terá de atender . A soja que é exportada para a China, principalmente, é a convencional,por isso, alcança maiores preços, porque é livre dos riscos que os produtos transgênicos começam a demonstrar com a degradação de terras e surgimento de ervas daninhas resistentes a herbicidas , além da suspeita de serem cancerígenos. Com o asfaltamento do trecho  Jeremoabo( BA) – Carira(SE), aumentará o  número de carretas transportando esse tipo de soja para o Terminal de Sergipe, que é o mais próximo, e isso exigirá a ampliação do porto, hoje controlado pela Vale. Essa ampliação é fundamental, da mesma forma a manutenção da navegabilidade pela barra do Sergipe, que  se torna impraticável, e isso compromete não só a pesca que ganha novo alento com a construção do Terminal Pesqueiro,  mas,  afetará também os pequenos estaleiros  que ainda sobrevivem, e  a utilização do porto de Aracaju como ponto de apoio às atividades de prospecção e produção de petróleo e gás ainda mantidas em menor escala no mar sergipano.
Depois dos recordes alcançados na plantação de milho, hoje  a principal atividade agrícola do estado, já se movimentam produtores rurais para o inicio do plantio da soja. Segundo o Secretário da Agricultura  Esmeraldo Leal, essa é uma noticia alvissareira, porque a cultura do milho praticada intensivamente nos mesmos terrenos, vem reduzindo a  fertilidade, e alguns já se tornam inapropriados.  Um rodízio com a soja que nutre o solo, daria , também, um novo alento à cultura do milho, produto ao qual precisamos agregar valor através da industrialização, por enquanto restrita ao grupo Maratá. Mas existem novos projetos em andamento, um deles de um grupo pernambucano que, segundo informa o Secretário do Desenvolvimento Chico Dantas, já teve liberada, pela ADEMA a licença ambiental para instalar uma fábrica de ração no município de Nossa Senhora da Glória, que utilizará insumos como o milho, e também a soja. Nos anos oitenta a soja começou a ser plantada em Sergipe nos tabuleiros de Nossa Senhora da Glória. Houve uma pequena produção, mas, registrou-se  elevada produtividade, todavia, problemas na comercialização que hoje não mais existem, abortaram a iniciativa.
  Quando o pessimismo não esmaga a capacidade de trabalhar  , de criar e inovar,  as crises podem ser vencidas com maior rapidez.

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