O TEMPLO ETÍLICO DE
SONHOS E DESAFIOS
Mário Britto, faz nova incursão pela arte sergipana e
pelos sergipanos que a fazem ou fizeram.
Trata, dessa vez, de Jenner Augusto e dos traços de modernismo que ele gravou
nos painéis precursores de um local que surgia, e onde, nos tempos em que o poder tinha a carantonha
feia do ódio e da perseguição, haveria um espaço de descontração, desafio e
sonho. Era o Cacique Chá, abrigando a intelectualidade sergipana, teimando em sobreviver, sonhando,
desafiando, ou calando em surdo protesto de ironia e riso interiores.
Sobre aquele tempo, e uma
mesa do Cacique, Mário Britto, entre outros depoimentos, incluiu o de
João Augusto Gama. O ex-prefeito de Aracaju, hoje Secretário da Administração e
Planejamento, fez um texto enxuto e abrangente, aquela arte de escrita que
Graciliano Ramos sugere com maestria, e Gama adotou, para elaborar em detalhes
precisos e sentimento forte a memória de
um cenário de fruição descontraída da
vida, onde ele, quase adolescente,
convivendo com adultos, tentavam, todos, manter o riso e a capacidade de
pensar, sob a vigilância de um regime severo,
com ojeriza e raiva dos que ousavam ser livres.
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