CACAU E CUPUAÇU JÁ
SUBSTITUEM A LARANJA
Astério Leandro Santos , aos 78 anos é um rijo agricultor na pesada faina para tornar produtivo um sítio de 6 hectares em Tabuleiro,
no Arauá. Comprou a terra há 30 anos
voltando de Floresta Azul, no sul baiano, onde trabalhava nos cacauais. Trouxe 4 mudas
de cacau. As plantas cresceram e frutificaram, mas delas não se tirava maior proveito,
os frutos iam para porcos. Voltando à
Floresta Azul para rever amigos, seu Astério levou um
saco com 28 quilos de sementes. Foi a um local de compra. Um homem
pesou o cacau e entregou-lhe 216
reais. Astério pensou que acontecera um engano, e perguntou: É esse dinheiro
mesmo?
O homem respondeu: É, o preço baixou, antes a arroba estava por
150 reais. Seu Astério voltou a Arauá
decidido a ser cacauicultor. Hoje tem mais de 200 pés e vai substituindo a
laranja com ampla vantagem. Seu exemplo espalhou-se pela região , onde já existe até um Rei do
Cacau.
Jose Ângelo de Souza, Zé de Chico, plantava fumo, depois
laranja no povoado Limoeiro, em Arauá, e
virou carreteiro. De Itabuna, trouxe
sementes de cacau. Voltou a ser agricultor, hoje tem mais de 5 mil pés e 4 mil já
produzem. Foram 242 arrobas ano passado
a um preço médio de 123 reais a arroba. Com a laranja sua renda não chegaria a
um terço da que obteve.
Zé de Chico enfrenta
problemas, precisa ampliar a área irrigada, comprar uma camionete para transportar
seus produtos. Na região é o único que tem a ¨barcaça¨, sistema de cobertura móvel para proteger as
sementes que secam ao sol, se vier a chuva.
Cícero Abreu Lemos, pequeno agricultor em Pau Torto, Santa
Luzia, tem mais de 70 anos e nem sabia da existência de uma fruta chamada cupuaçu.
Seu filho Cícero Junior, licenciado em matemática fez concurso em Rondônia e
tornou-se professor, mas é também produtor rural. Sendo matemático, lidando habitualmente com os números, começou a comparar aqueles do seu negócio em Rondônia com os do
pai lá no distante Pau Torto. Levou
então para o pai sementes de cupuaçu. Cinco anos depois seu Cícero tem 400 pés
produzindo. Faz a despolpa e vende o
cupuaçu para sorveterias, um quilo por 10 reais. Cada pé produz em media 10
quilos, gerando uma renda de 100 reais, que, multiplicados por 400 daria uma renda bruta
anual de 40 mil reais. Cícero não tem
irrigação e pensa conseguir uma das perfuratrizes da COHIDRO para furar um poço
artesiano. Com o poço sairá de um para oito hectares plantados com
cupuaçu. O sucesso que vem obtendo, seu Cícero o atribuiu às orientações
técnicas do agrônomo e do técnico
agrícola da EMDAGRO, Auro Andrade e Jackson Ribeiro Carvalho.
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