ROGERIO E O FUTURO
DO PT EM SERGIPE
O deputado federal Rogério
Carvalho presidente estadual do PT poderá ter cometido um erro de avaliação
quando decidiu ser candidato ao Senado. E o erro se tornaria maior em face das
circunstancias dolorosas da morte e da comoção surgida com o desaparecimento
prematuro do governador Marcelo Déda, personagem tão fortemente presente nos anos em
que ocupou o centro do palco político sergipano. Para todas as pessoas
minimamente dotadas da capacidade de avaliar o momento político e seus
desdobramentos, a chapa ideal a ser montada seria a de Jackson para o governo,
a viúva Eliane Aquino para o Senado indicada pelo PT, e o vice indicado pelo
aliado PSB do senador Valadares. Seria, todos anteviam, uma chapa imbatível e,
diante dela o DEM já estudava a alternativa de fazer a senadora Maria do Carmo
disputar uma cadeira na Assembléia Legislativa, garantindo uma legenda farta
para abrigar outros candidatos do partido. Maria não seria infensa a essa
opção.
Eliane Aquino não tinha contra
ela um alto índice de rejeição, muito pelo contrário, e se mostraria uma
candidata competitiva, não só pela associação do seu nome a Marcelo Déda como
pela capacidade de articulação política que revela, sua facilidade de expressão, dando fluência e
conteúdo ao discurso, parecendo, em certos momentos, ser inspirada pelo notável
orador que era Marcelo Déda. Toda essa possibilidade perdeu-se quando veio à
tona a informação que se mostrou inverídica, de que Eliane não estaria filiada
ao PT, e alguns não dando crédito ao que ela afirmava, foram até mesmo
grosseiros. Rogério conquistou a presidência do PT numa disputa traumática e
repleta de deploráveis incidentes. Eleito, Rogério se recompôs e com muita
habilidade foi emendando fraturas. Conseguiu
passar a imagem de um PT unido após a refrega. Daí a tornar-se candidato ao
Senado foi apenas mais um passo, dado com muito risco, no momento em que as
pesquisas mostravam um cenário completamente adverso. Durante a campanha
Rogério foi mesmo o ¨ trator ¨ que se esperava, e quase ao final consegue
ultrapassar Maria do Carmo que entrou no páreo com mais de cinqüenta por cento
das intenções de votos e foi caindo, enquanto Rogério subia. Isso apesar de ter
contra ele a grande maioria dos médicos sergipanos, seus colegas, mas que por
motivos ainda não claramente explicados, o detestam com fervor. Não houve tempo
para a esperada ultrapassagem, e Rogério perdeu a eleição. Com isso o PT sai
enfraquecido, perdendo um deputado federal, o eficiente Márcio Macedo. O deputado estadual João Daniel será o único
representante sergipano do PT na Câmara Federal. Ele conseguiu
eleger-se graças à força
eleitoral do MST, e de ter contado com a participação de grande parte dos movimentos
sociais, onde é visto como um atuante
companheiro de lutas. Também na
Assembléia a presença petista se reduz com a saída da eficiente deputada
Conceição Vieira, permanecendo, reeleitos , Francisco Gualberto, o mais
aguerrido parlamentar petista, caso os votos de Sukita não venham a ser
validados e Ana Lúcia, mais uma vez
reeleita com a força dos filiados ao
Sindicato dos Professores.
Rogério deixará a Câmara Federal, o que será uma perda para o
PT e para Sergipe, porque ele é um deputado com boa atuação em Brasília. Como
presidente do PT Rogério terá de reanimar-se e reanimar os companheiros, que
precisarão ainda de mais alento caso Dilma Roussef não venha a ser eleita. Se
ela continuar presidente Rogério poderá ser chamado a participar do novo
governo em Brasília. Que os seus colegas médicos sergipanos não saibam disso,
senão, poderiam até, voltar-se contra Dilma.
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