sábado, 5 de abril de 2014

LIMINAR DE RICARDO MÚCIO IMPEDIRIA A DESMORALIZAÇÃO DO PODER LEGISLATIVO



 LIMINAR DE RICARDO MÚCIO IMPEDIRIA A
 DESMORALIZAÇÃO DO PODER LEGISLATIVO
Edivan Amorim,  como se sabe, é  ousado homem de negócios.  Já fez manobras empresariais incríveis, que lhe valeram  sucesso, fama, e também   sérias atribulações   bem conhecidas aqui em Sergipe, e alhures,    conseguiu superá-las, e hoje exibe  pose de   magnata sem patrimônio declarado, e chefe político sem ideias novas na cabeça a não ser aquelas relacionadas a cifrões.  Tem   milhares de bois engordando em terras mineiras,  e negócios outros, incluindo a rede de emissoras que pertenceu ao ex-sogro,  e vítima, João Alves Filho. A rede poderosa de rádios  ampliada por Edivan,   é agora fartamente abastecida com  recursos  de um vistoso contrato com a Assembleia Legislativa.
Edivan é hábil,  maneiroso, quando se faz preciso, sabe  ser cativante,  capaz de oferecer o paraíso a quem se juntar aos seus atrevidos projetos.  Alguns, pagam o preço  dessa saga aventureira, como parece ser o caso do até,  antes da eleição, bem sucedido   empresário Laurinho Menezes,  suplente na chapa do senador  Amorim,    entusiasmado tanto, que  chegou a dissipar recursos essenciais à sobrevivência das suas empresas.  
 Todavia,  não há somente parcerias assim  mal sucedidas. No caso da doutora Angélica   a sociedade política  tem sido proveitosa, fantasticamente  compensadora.  Edivan,  o impetuoso,  manipula a Mesa da Assembleia  sempre em direção aos seus interesses . A obsessão que domina Edivan  é estender seus tentáculos mais longe, e através de um   golpe eleitoral    instalar no governo do estado seu irmão Eduardo,    para,  sendo governador, adotar o mesmo comportamento seguido obedientemente  pela presidente da Assembleia,  já indicada  para o  Tribunal de Contas, onde vai  continuar prestando os mesmos serviços ao seu  voluntarioso chefe.  
O engavetamento  há 6 meses,  do projeto de empréstimo de 200 milhões de reais  é  uma firula  escandalosa,  que faz parte do  processo de  desmoralização  mafiosa das instituições,  comandado  por Edivan, com a concordância plena do senador Eduardo, e a deprimente conivência de quem preside o Legislativo, transformando-o num palco para o teatrinho onde o ego agigantado do homem de negócios, é  protagonista único.
  O Legislativo  se apequena  até a  submissão  pela vontade autoritária de  uma presidente  que troca o interesse público pela mesquinharia da politicagem  rasteira, e assim,   avilta a sua presidência, avilta o seu mandato,  avilta  a obra civilizatória que sucessivas gerações de sergipanos dignos e responsáveis dedicaram-se a construir.
 Para impedir que o servilismo oportunista da presidente da Assembleia resulte  na desmoralização do Legislativo, onde ocorre o engavetamento  da razão,  e o desrespeito  aos valores da democracia,   houve a decisão  histórica, a lição de cidadania, oferecida pelo desembargador Ricardo Múcio.   A liminar atende pedido formulado pelo Procurador Geral do Estado,  Márcio Leite Rezende ,  e determina que a presidente do Legislativo  retire o projeto  da gaveta onde o  enfiou,  e mande imediatamente que dele se  faça a leitura, permitindo que os deputados o apreciem,  votem, e decidam sobre a  autorização legislativa solicitada pelo governo  para que o estado de Sergipe possa contratar  empréstimo externo  de 100 milhões de dólares   a serem  aplicados na rede pública de saúde, inclusive, na construção do Hospital do Câncer.
 Como perdeu a maioria que tinha na Assembleia, o  homem de negócios  quer impedir    a votação, e isso acontece através de um expediente vergonhosamente espúrio.
Tal comportamento maroto poderia acontecer em qualquer valhacouto,  em qualquer  covil de rufiões, menos num Parlamento ,  que, antes de ser invadido  pelo homem de negócios, os sergipanos orgulhosamente denominavam  Casa do Povo.

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