LIMINAR DE RICARDO MÚCIO IMPEDIRIA A
DESMORALIZAÇÃO DO PODER LEGISLATIVO
Edivan Amorim, como se sabe, é ousado homem de negócios. Já fez manobras empresariais incríveis, que
lhe valeram sucesso, fama, e também sérias
atribulações bem conhecidas aqui em Sergipe, e alhures, conseguiu superá-las, e hoje exibe pose de
magnata sem patrimônio declarado, e chefe político sem ideias novas na
cabeça a não ser aquelas relacionadas a cifrões. Tem milhares de bois engordando em terras mineiras,
e negócios outros, incluindo a rede de
emissoras que pertenceu ao ex-sogro, e
vítima, João Alves Filho. A rede poderosa de rádios ampliada por Edivan, é
agora fartamente abastecida com recursos
de um vistoso contrato com a Assembleia
Legislativa.
Edivan é hábil, maneiroso, quando se faz preciso, sabe ser cativante, capaz de oferecer o paraíso a quem se juntar
aos seus atrevidos projetos. Alguns,
pagam o preço dessa saga aventureira,
como parece ser o caso do até, antes da
eleição, bem sucedido empresário Laurinho Menezes, suplente na chapa do senador Amorim, entusiasmado tanto, que chegou a dissipar recursos essenciais à
sobrevivência das suas empresas.
Todavia,
não há somente parcerias assim mal sucedidas. No caso da doutora
Angélica a sociedade política tem sido proveitosa, fantasticamente compensadora. Edivan,
o impetuoso, manipula a Mesa da
Assembleia sempre em direção aos seus
interesses . A obsessão que domina Edivan é estender seus tentáculos mais longe, e
através de um golpe eleitoral instalar no governo do estado seu irmão
Eduardo, para,
sendo governador, adotar o mesmo comportamento seguido
obedientemente pela presidente da
Assembleia, já indicada para o Tribunal de Contas, onde vai continuar prestando os mesmos serviços ao
seu voluntarioso chefe.
O engavetamento há 6 meses, do projeto de empréstimo de 200 milhões de
reais é
uma firula escandalosa, que faz parte do processo de desmoralização mafiosa das instituições, comandado por Edivan, com a concordância plena do
senador Eduardo, e a deprimente conivência de quem preside o Legislativo,
transformando-o num palco para o teatrinho onde o ego agigantado do homem de
negócios, é protagonista único.
O
Legislativo se apequena até a submissão
pela vontade autoritária de uma
presidente que troca o interesse público
pela mesquinharia da politicagem
rasteira, e assim, avilta a sua
presidência, avilta o seu mandato, avilta
a obra civilizatória que sucessivas gerações de sergipanos dignos e
responsáveis dedicaram-se a construir.
Para impedir que o servilismo oportunista da
presidente da Assembleia resulte na
desmoralização do Legislativo, onde ocorre o engavetamento da razão,
e o desrespeito aos valores da
democracia, houve a decisão histórica, a lição de cidadania, oferecida
pelo desembargador Ricardo Múcio. A liminar atende pedido formulado pelo
Procurador Geral do Estado, Márcio Leite
Rezende , e determina que a presidente
do Legislativo retire o projeto da gaveta onde o enfiou, e mande imediatamente que dele se faça a leitura, permitindo que os deputados o
apreciem, votem, e decidam sobre a autorização legislativa solicitada pelo
governo para que o estado de Sergipe
possa contratar empréstimo externo de 100 milhões de dólares a serem aplicados na rede pública de saúde, inclusive,
na construção do Hospital do Câncer.
Como perdeu a maioria que tinha na Assembleia,
o homem de negócios quer impedir a votação, e isso acontece através de um
expediente vergonhosamente espúrio.
Tal comportamento maroto
poderia acontecer em qualquer valhacouto, em qualquer covil de rufiões, menos num Parlamento , que, antes de ser invadido pelo homem de negócios, os sergipanos
orgulhosamente denominavam Casa do Povo.
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